Durval Muniz revisita escrita da historiografia em novo livro

Ao longo dos séculos, a mulher foi enquadrada à natureza — instinto, sensibilidade, emoção. Já o homem, à razão, ao controle, à escrita da própria história. Essa divisão simbólica, que moldou hierarquias, é justamente o que o historiador Durval Muniz de Albuquerque Júnior desafia em sua nova obra, A Pele da História – Corpo, Tempo e Escrita Historiográfica. O livro, que propõe repensar as estruturas que deram forma ao discurso histórico ocidental, será lançado nesta quinta-feira (24), às 20h, no Parque do Museu Câmara Cascudo, em Natal.

Os historiadores quando tratavam personagens, os resumiam a nomes, ações, projetos e intensões e esqueciam que eles também têm corpo, carne, porque existe todo um preconceito judaico-cristão sobre a carne. Como se os personagens fossem só razão e espírito”, comenta Durval Muniz, é professor titular aposentado do Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e autor de obras como A invenção do Nordeste e outras artesCartografias de Foucault e Xenofobia: medo e rejeição ao estrangeiro. 

O livro, que será publicado pela Editora Vozes, é uma reflexão sobre a historicidade dos corpos humanos, das identidades de gênero, dos desejos e das paixões humanas e como essas dimensões da vida das pessoas profissionais de história impactam os modos de pensar e escrever textos historiográficos.

Imagem: reprodução

“Essa divisão binária entre alma e corpo existe, inclusive, para os historiadores que se apresentavam como mente, sem corpo, mas temos nossas emoções, sentimentos. Trata do fato do historiador escrever com o corpo e, por outro lado, prestar atenção à dimensão carnal dos personagens de que tratam. Ao longo do tempo as mulheres estiveram associadas à natureza e, por isso, eram consideradas inferiores aos homens, que por sua vez era mais associado à racionalidade e à consciência. Existe uma hierarquia. É como a prostituta em relação à mãe de família… os historiadores privilegiaram personagens desencarnados”, pondera Durval Muniz.

O lançamento deve reunir pesquisadores e interessados na área e vai contar com uma apresentação da obra pelo próprio autor, seguida de sessão de perguntas, além da sessão de autógrafos. Os exemplares serão vendidos no local. 

O professor Durval Muniz ainda atua como professor nos cursos de Pós-graduação em História na UFRN e na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), além de presidir a Sociedade Brasileira de Teoria e História da Historiografia. 

Serviço

Lançamento do livro A Pele da História – Corpo, Tempo e Escrita Historiográfica

Quando: nesta quinta (24)

Onde: Parque do Museu Câmara Cascudo

Hora: 20 h

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