Jean Paul: “Queria voltar a ser senador, mas pode ser que eu tenha que sair do PT”

O ex-senador e ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates (PT), revelou seu desejo de voltar ao Senado Federal, onde exerceu mandato de 2019 a 2022, após herdar a vaga conquistada pela governadora Fátima Bezerra (PT). Ele, no entanto, admitiu que, para conseguir viabilizar seu projeto, poderá sair do Partido dos Trabalhadores.

A declaração foi dada em entrevista ao UOL, no último domingo (20), no percurso entre Dubai e Abu Dhabi. Jean Paul afirmou acreditar que deixou “um legado de projetos que estão sendo discutidos até hoje”, mas não sabe se vau “ter espaço” para disputar a vaga de senador pelo PT.

“A candidata do partido ao Senado será Fátima [Bezerra, atual governadora do Rio Grande do Norte] e acredito que é direito dela; ela conquistou isso. Pode ser que eu tenha que sair do PT. Estou conversando com outros partidos e vou começar a ver isso mais a fundo”, declarou.

Filiado ao PT há 12, Jean Paul não esconde a mágoa com o partido desde que foi preterido na eleição de 2022, quando a legenda apoiou a candidatura do ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PSD), que terminou sendo derrotado pelo senador Rogério Marinho (PL).

“Tenho experiência no Senado e como gestor da Petrobras. A Petrobras é muito maior do que o Rio Grande do Norte, e ainda assim, fui preterido”, disse.

Impedido de disputar a reeleição, Jean Paul teve de se contentar com a vaga de primeiro suplente de Carlos Eduardo, lugar que já havia ocupado com Fátima Bezerra na eleição de 2014. Em 2019, quando a petista tomou posse no Governo do RN, ele assumiu o mandato de senador.

Em 2023, ele foi nomeado presidente da Petrobras, mas em maio de 2024, depois de intenso “fogo amigo” dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), a quem acusa de estar por trás da sua queda, terminou sendo demitido pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT).

“Depois da minha demissão, umas quatro ou cinco pessoas não soltaram a minha mão. Mas os outros não me apoiaram. Nem sequer me ligaram, como se eu tivesse feito alguma coisa errada, em vez de ter sido [demitido] por uma questão política”, queixou-se.

Jean Paul disse, ainda, que o debate sobre a sucessão de Lula está interditado no PT porque “ninguém quer discutir a herança com o pai vivo, com medo de desagradar”.

“Todo mundo tem esperança de ser o sucessor de Lula, ou, então, é uma questão de autopreservação, de não deixar ninguém se sobressair. Agora, Lula deveria anunciar logo se será o candidato na próxima eleição. A decisão final será dele”, opinou.

Falando ainda sobre o “fogo amigo” petista, Jean Paul afirmou que “todos se escondem com medo de tomar martelada”.

Ele acusou o ministro Rui Costa de ser “o primeiro atirador”, porque, segundo o ex-senador, o baiano teria “a esperança de ser o sucessor de Lula”.

“É por isso que ele ataca tanto o [Fernando] Haddad [ministro da Fazenda]; não é por causa da economia”, provocou.

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