Primeiro papa latino-americano e jesuíta, Francisco redefiniu a liderança da Igreja Católica com humildade, empatia e ação social
Um pontificado marcado pela simplicidade, pela escuta dos marginalizados e pelo enfrentamento de temas urgentes como pobreza, meio ambiente e acolhimento
O Vaticano confirmou, nesta segunda-feira, a morte do Papa Francisco, aos 88 anos. Ele faleceu às 2h35, pelo horário de Brasília (7h35 em Roma). Jorge Mario Bergoglio, seu nome de nascimento, foi o 266º papa da Igreja Católica, eleito em 13 de março de 2013, e o primeiro oriundo da América Latina a assumir o cargo mais alto da instituição religiosa mais antiga do mundo.
Durante mais de uma década de papado, Francisco tornou-se símbolo de uma Igreja mais próxima dos pobres, aberta ao diálogo com outras religiões e preocupada com as questões sociais e ambientais do século 21. Sua morte encerra um capítulo decisivo na história contemporânea da Igreja.
A Ascensão de Jorge Mario Bergoglio ao Papado
Nascido em Buenos Aires, na Argentina, em 17 de dezembro de 1936, Jorge Mario Bergoglio era filho de imigrantes italianos. Entrou para a Companhia de Jesus (Ordem dos Jesuítas) em 1958 e foi ordenado padre em 1969. Destacou-se por seu estilo de vida austero e pela defesa dos menos favorecidos, mesmo como arcebispo de Buenos Aires, quando ainda utilizava transporte público e vivia em um pequeno apartamento.
Ao ser eleito papa em 2013, após a renúncia de Bento XVI, escolheu o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis — um gesto que já sinalizava sua intenção de promover uma Igreja voltada aos humildes, à paz e à preservação da natureza.
Um Papa em Sintonia com o Mundo
Durante seu pontificado, Papa Francisco rompeu tradições e reaproximou fiéis distantes com gestos simbólicos e posicionamentos progressistas. Entre seus maiores marcos, destacam-se:
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A Encíclica Laudato Si’ (2015): um forte apelo em defesa do meio ambiente e contra as mudanças climáticas.
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O compromisso com migrantes e refugiados, especialmente durante a crise humanitária de 2015.
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O combate à pedofilia na Igreja, com medidas mais rígidas e apoio às vítimas.
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A abertura ao debate sobre temas como união civil entre pessoas do mesmo sexo e o papel das mulheres na Igreja.
Sua liderança influenciou não apenas os católicos, mas também chefes de Estado, ativistas e cidadãos ao redor do mundo.
O Fim de uma Era: O Papa do Povo
Reconhecido por sua humildade — frequentemente recusando luxos do Vaticano — e por sua constante defesa da justiça social, Francisco deixa um legado poderoso. Para muitos, ele foi o “papa do povo”, uma figura que tentou reaproximar a Igreja dos seus fiéis com acolhimento, escuta e empatia.
Como Será o Funeral do Papa Francisco?
Segundo o Vaticano, o funeral do Papa Francisco seguirá o rito tradicional das cerimônias papais, com uma série de homenagens e celebrações litúrgicas que durarão vários dias. O corpo será velado na Basílica de São Pedro, onde milhares de fiéis poderão prestar suas últimas homenagens.
A missa fúnebre será presidida pelo Camerlengo, cardeal responsável por coordenar o período de sede vacante (quando a Igreja está sem papa). Diversos líderes religiosos e chefes de Estado são esperados para a cerimônia oficial, que deve ocorrer na Praça São Pedro, em frente a milhares de fiéis e com ampla cobertura da mídia internacional.
E Agora? Como Será Escolhido o Próximo Papa?
Com a morte de Francisco, inicia-se oficialmente o período conhecido como sede vacante, e o Colégio de Cardeais será convocado para o conclave — a reunião secreta onde será eleito o novo pontífice.
Esse processo ocorrerá nos próximos dias, em uma ala fechada do Vaticano. Apenas cardeais com menos de 80 anos têm direito a voto, e o novo papa deverá ser escolhido por maioria qualificada.
A expectativa mundial é grande, e analistas já apontam possíveis nomes entre os cardeais mais influentes da atualidade. A Igreja vive, mais uma vez, um momento decisivo de transição e expectativa.
Linha do Tempo: Os Marcos do Pontificado do Papa Francisco (2013–2025)
Uma jornada marcada por humildade, coragem e compromisso com as causas humanas e ambientais
2013 – A Eleição Histórica
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13 de março: Jorge Mario Bergoglio é eleito o 266º papa da Igreja Católica. Primeiro latino-americano e jesuíta a ocupar o cargo.
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Escolhe o nome Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis.
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Ganha destaque imediato por sua postura humilde, recusando o luxuoso apartamento papal e optando por viver na Casa Santa Marta.
2015 – A Encíclica Verde
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Publica a encíclica “Laudato Si’”, um documento histórico sobre o cuidado com a “Casa Comum”, denunciando a crise ambiental e as desigualdades sociais.
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Participa ativamente das discussões da COP21 (Conferência do Clima em Paris), colocando a Igreja na linha de frente da defesa do meio ambiente.
2016 – Ano Santo da Misericórdia
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Inicia o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, convocando os fiéis à compaixão e à reconciliação.
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Visita diversos países marcados por conflitos, como Síria, México e Colômbia, levando mensagens de paz e reconciliação.
2018 – Enfrentamento da Crise dos Abusos
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Adota uma postura mais dura contra casos de abuso sexual dentro da Igreja.
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Convoca uma Cúpula Internacional no Vaticano com líderes e bispos para tratar exclusivamente da proteção de menores.
2020 – A Pandemia e a Mensagem de Esperança
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Durante o auge da pandemia de COVID-19, realiza uma bênção Urbi et Orbi solitária na Praça São Pedro vazia, cena que emocionou o mundo.
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Enfatiza a importância da solidariedade, vacinação e do cuidado com os mais vulneráveis.
2021 – Viagem Histórica ao Iraque
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Torna-se o primeiro papa da história a visitar o Iraque, reforçando o diálogo inter-religioso e a convivência pacífica entre muçulmanos, cristãos e outras minorias.
2023 – Sínodo Global sobre a Sinodalidade
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Lança o Sínodo da Sinodalidade, uma ampla consulta mundial com clérigos e leigos, propondo uma Igreja mais participativa, transparente e inclusiva.
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Abre espaço para temas como o papel das mulheres, o acolhimento LGBTQIA+ e a descentralização das decisões da Cúria Romana.
2024 – Reflexões Finais
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Com a saúde cada vez mais debilitada, Francisco reduz a agenda pública, mas continua publicando reflexões e documentos voltados à paz mundial e ao diálogo.
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Incentiva uma Igreja mais simples, ecológica e próxima das periferias.
2025 – A Partida
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Morre em 21 de abril de 2025, aos 88 anos, no Vaticano.
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O mundo se despede do pontífice que tentou reaproximar a Igreja dos seus fiéis com compaixão, coragem e escuta ativa.
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