Carga está avaliada em R$ 280 mil
Duas mulheres foram presas em flagrante na noite de sábado (19), ao desembarcarem no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, com 191 canetas do medicamento Mounjaro, usado no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade. A Receita Federal realizou a apreensão da carga, avaliada em cerca de R$ 280 mil.
Segundo a Receita, as passageiras, ambas com 28 anos e naturais de Goiânia (GO), chegaram à Capital em um voo vindo de Lisboa, em Portugal. Embora estivessem no mesmo voo, elas alegaram não se conhecer. Uma transportava 95 unidades, e a outra, 96 — todas com validade até agosto de 2025.
Os medicamentos foram encaminhados à Polícia Federal, que realizará exames laboratoriais. A suspeita é de tentativa de importação irregular com fins comerciais, já que a quantidade e o valor da carga extrapolam os critérios de uso pessoal.
Medicamento precisa de refrigeração e autorização especial
O Mounjaro, aprovado pela Anvisa em 2023, ainda não é comercializado no Brasil, o que exige regras específicas para importação. Além disso, o medicamento exige transporte com refrigeração constante, o que, segundo a Receita, não foi garantido pelas passageiras, oferecendo risco à eficácia do produto e à saúde pública.
De acordo com Erno Edison Cunha, chefe da Seção de Vigilância Aduaneira da Alfândega de Porto Alegre, importações para uso pessoal são permitidas em casos específicos, desde que os medicamentos não contenham substâncias controladas e não sejam destinados à revenda.
“A comercialização ilegal desses produtos representa grave risco à saúde, especialmente quando não há controle sobre o transporte e armazenamento adequado”, destacou Cunha.
As duas mulheres alegaram desconhecer as regras brasileiras quanto à importação de medicamentos. A investigação segue sob responsabilidade da Polícia Federal.
O que é o Mounjaro?
O Mounjaro é um medicamento injetável indicado para tratamento de diabetes tipo 2 e controle de peso. Ele age simultaneamente em dois hormônios: GIP e GLP-1, o que o diferencia de outras opções como Ozempic e Wegovy, que atuam apenas no GLP-1. O preço máximo ao consumidor definido pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) é de R$ 3.791,07 por caixa com quatro canetas.
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