Oncologista: é preciso manter atenção ao corpo e aos sinais incomuns

Casos de câncer em adultos jovens crescem no Brasil; estilo de vida e fatores ambientais estão entre os principais responsáveis, segundo especialistas. Fique sempre atento aos sinais.

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Divulgação/Canva

A estimativa do Global Cancer Observatory (Observatório Global do Câncer) é de que no Brasil, em 2045, haja 1.058.865 novos casos de câncer. São 431.672 casos a mais do que de 2022. Um aumento de 68,8%.A oncologista Erika Barreto, do Hospital Santa Rita, destaca que, apenas na população abaixo dos 40 anos, um estudo publicado recentemente identificou um crescimento de 79% nos diagnósticos de câncer nessa faixa etária. O problema está nos exames de rastreamento, como mamografia e colonoscopia.“Infelizmente, a política de rastreamento apresenta indicação etária mais tardia, o que não condiz com a nossa realidade atual. Atualmente, presenciamos uma mudança na recomendação de rastreamento do câncer de mama, mas as diretrizes ainda são restritivas. Por isso, a prevenção continua sendo a melhor estratégia”.Segundo a médica, deve-se sempre manter atenção ao corpo e aos sinais incomuns, como perda de peso inexplicável, sangue nas fezes, nódulos na mama ou na axila, sangramento vaginal anormal, entre outros. A gerente Renata Maciel e a servidora Mônica de Assis, da Divisão de Detecção Precoce e Apoio a Organização de Rede do Inca, destacam que o rastreamento pode ser recomendado para alguns tipos de câncer, considerando uma avaliação individual, na população considerada de alto risco – pessoas com histórico familiar de câncer em consanguíneos. “No entanto, não há uma recomendação estabelecida, o método a ser utilizado deve ser a partir de uma avaliação individual do risco e métodos disponíveis”. Já o rastreamento do câncer de colo do útero é recomendado para mulheres de 25 a 64 anos.A oncologista Kamilla Moulim, do Hospital São José, lembra que a prevenção começa cedo e que durante a infância e adolescência o corpo é mais suscetível a insultos ambientais e comportamentais que podem provocar mutações no DNA, favorecer processos inflamatórios crônicos e alterar os mecanismos de reparo celular.“A obesidade, inclusive em idade pediátrica, está relacionada a alterações hormonais como hiperinsulinemia, resistência à insulina e inflamação subclínica persistente, todos mecanismos ligados à carcinogênese”.Fique por dentroNúmeros da doença Mundo Estimativa• 30.971.265 novos casos de câncer em 2045, segundo o Global Cancer Observatory.• 16.663.092 mortes pela doença em 2045.Brasil740 mil casos novos de câncer é a estimativa do Inca para o Brasil para o triênio de 2023 a 2025, 483 mil se excluídos os casos de câncer de pele não melanoma.O câncer de pele não melanoma é estimado como o mais incidente, com 220 mil casos novos (31,3%), seguido pelos cânceres de mama, com 74 mil (10,5%); próstata, com 72 mil (10,2%); cólon e reto, com 46 mil (6,5%); pulmão, com 32 mil (4,6%); e estômago, com 21 mil (3,1%) casos novos.Espírito SantoCasosA Secretaria de Estado da Saúde registrou 14.753 cânceres em pessoas de 20 a 45 anos, nos últimos 5 anos.• 2020: 2.143• 2021: 2.516• 2022: 3.347• 2023: 3.301• 2024: 3.303• 2025: 143* – até dia 09/04/25

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