RN: 8 mil em domicílios coletivos e 3 mil em locais improvisados, diz IBGE

O Censo Demográfico de 2022, divulgado na última sexta (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), trouxe à tona um dado preocupante sobre as condições de moradia no Rio Grande do Norte (RN). Segundo o levantamento, mais de 8 mil pessoas estão vivendo em domicílios coletivos no estado, enquanto 3 mil estão em lugares improvisados, evidenciando a dura realidade de quem enfrenta condições precárias.

Domicílios coletivos, conforme a definição do IBGE, são locais destinados à habitação temporária ou permanente de indivíduos que compartilham o mesmo espaço por motivos diversos, como trabalho, vulnerabilidade ou falta de habitação própria. Esses locais incluem prisões, abrigos, orfanatos e instituições de longa permanência.

De acordo com o Censo, 8.478 pessoas estavam vivendo em domicílios coletivos no Rio Grande do Norte, representando cerca de 0,6% da população estadual. O maior contingente, cerca de 5.201 pessoas, estava em penitenciárias, centros de detenção e similares. Esse número reflete não apenas a superlotação do sistema prisional, mas também as condições inadequadas enfrentadas por essas pessoas, que vivem em espaços projetados para serem temporários, mas que muitas vezes se tornam permanentes.

Além disso, 1.355 idosos estavam em asilos ou instituições de longa permanência, reforçando a necessidade de políticas públicas voltadas para o cuidado e a proteção desse grupo vulnerável. Outros 599 moradores foram identificados em hotéis ou pensões, evidenciando a precarização habitacional que atinge até mesmo aqueles que buscam uma alternativa temporária de moradia.

A dura realidade dos domicílios improvisados

A situação dos domicílios improvisados é preocupante. Por serem locais que não foram originalmente construídos para servir como moradia, mas que, por falta de opções, acabam sendo ocupados por famílias em situações de extrema vulnerabilidade. Em 2022, 3.050 pessoas viviam nessas condições no RN, o que corresponde a 0,09% da população do estado. Embora o percentual pareça pequeno, o número absoluto revela um cenário desolador.

Dentre esses habitantes, a maior parte é composta por homens (1.686) e adultos com idades entre 30 e 39 anos. A taxa de alfabetização entre os residentes desses domicílios é de 73% das pessoas com 15 anos ou mais sabem ler e escrever, o que pode ser um indicador de exclusão social.

Os tipos de moradias improvisadas também chamam atenção pela precariedade. 1.294 pessoas viviam em tendas ou barracas de lona, plástico ou tecido, enquanto 519 estavam em estruturas improvisadas em logradouros públicos. Além disso, 246 pessoas habitavam em locais como abrigos naturais, e outras 186 moravam em estruturas não-residenciais inacabadas ou degradadas. Soma-se a isso, um total 25 pessoas vivendo em veículos, como carros, caminhões ou até barcos.

Essa é a primeira vez que o IBGE divulga dados detalhados sobre as condições de moradias inadequadas dos brasileiros, destacando perfis de idade, sexo e nível de alfabetização dos habitantes de domicílios coletivos e improvisados. Esses números não podem ser ignorados. Eles revelam a necessidade de políticas públicas voltadas à habitação digna, inclusão social e educação.

O Censo 2022 não é apenas um retrato estático da população; é um alerta. Os números apresentados pelo IBGE indicam que milhares de pessoas no Rio Grande do Norte vivem à margem, em condições de extrema vulnerabilidade, e precisam de atenção urgente. A inclusão dessas pessoas em políticas de habitação e a promoção de direitos fundamentais, como educação e saúde, são alguns passos para reverter essa triste situação.

Principais números do Censo 2022 no Rio Grande do Norte:

  • 8.478 pessoas vivem em domicílios coletivos, o que representa 0,6% da população estadual.
  • 5.201 em penitenciárias, centros de detenção e similares.
  • 1.355 em asilos ou instituições de longa permanência para idosos.
  • 599 em hotéis ou pensões.
  • 185 em abrigos ou casas de passagem.
  • 127 em orfanatos ou similares.
  • 3.050 pessoas vivem em domicílios improvisados, representando 0,09% da população do RN.
  • 1.294 em tendas ou barracas de lona, plástico ou tecido.
  • 519 em logradouros públicos.
  • 246 em abrigos naturais ou estruturas degradadas.
  • 25 vivendo em veículos, como carros, caminhões ou barcos.

Para mais detalhes, acesse o Censo Demográfico 2022.

The post RN: 8 mil em domicílios coletivos e 3 mil em locais improvisados, diz IBGE appeared first on Saiba Mais.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.