O trabalho da Polícia Científica iniciado na casa da mãe da bebê Ana Beatriz, no povoado Novo Eusébio, em Novo Lino, continua agora com outros exames periciais, que serão realizados no Instituto de Criminalística e no Instituto Médico Legal de Maceió. A polícia divulgou imagens da perícia realizada na casa da família. Veja abaixo:
Os peritos criminais José Veras e João Gardino, o auxiliar de perícia Daniel Santos e o chefe de fotografia e desenho Ulisses Costa dedicaram-se a examinar cuidadosamente todos os ambientes da residência. Todo o local foi meticulosamente registrado em fotografias, seguindo os protocolos mais rigorosos da ciência forense.
O armário onde se encontrava o saco contendo o corpo da bebê passou por uma análise criteriosa. A geladeira, bem como outros cômodos do imóvel, também foram periciados. Esse trabalho buscou indícios que pudessem revelar não apenas a causa da morte, mas, também, os possíveis envolvidos e as circunstâncias do crime.
“Coletamos alguns vestígios, amostras de material biológico no quarto, na cozinha, e na área da lavanderia onde estava o armário com o corpo escondido. Realizamos testes em algumas manchas para verificação da presença de sangue humano, que deu negativo. Também foram coletadas amostras de material genético do pai e da mãe. Todo esse material será encaminhado para exames complementares no Laboratório Forense do ICM”, explicaram os peritos Veras e Gardino.
Exame cadavérico – A Chefia Especial do Instituto Médico Legal Estácio de Lima confirmou que o exame de necropsia já foi concluído na manhã desta quarta-feira (16). Ainda de acordo com a direção do órgão, a família já se encontra no IML fazendo os procedimentos legais para a liberação e sepultamento do corpo da recém-nascida.
Em respeito aos familiares e à memória da vítima, e em consonância com o artigo 20 do Código de Processo Penal, que assegura ao inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato, a Chefia Especial do IML de Maceió esclarece que não irá se pronunciar sobre o caso. A decisão segue também resoluções dos Conselhos Federal e Regional de Medicina sobre sigilo médico.
Os laudos da perícia de local do crime e o cadavérico da menina Ana Beatriz serão determinantes para a conclusão do inquérito policial, que, posteriormente, será encaminhado ao Poder Judiciário. A Polícia Científica informou que os laudos serão enviados às autoridades competentes no prazo legal.
O caso – A investigação sobre o desaparecimento da bebê Ana Beatriz chocou a sociedade alagoana e chamou a atenção do Brasil. A mãe da menina informou à polícia que a bebê teria sido raptada por um grupo armado na manhã da sexta-feira, 11 de abril, às margens da rodovia federal BR-101.
A Secretaria de Segurança Pública mobilizou as forças policiais em Alagoas e Pernambuco. Um homem, inclusive, chegou a ser preso por dirigir um carro com características parecidas ao que a mãe tinha descrito às autoridades, mas foi liberado ao comprovar que era inocente.
O caso teve uma reviravolta na segunda-feira, 14, quando a Polícia Civil alagoana revelou que a Eduarda Silva de Oliveira tinha mudado a versão cinco vezes durante esse período. Foi no começo da tarde da terça-feira, 15 de abril, que o advogado José Weliton, representante da mãe, acionou a polícia para informar que o corpo da bebê teria aparecido nos fundos da residência da família. A mulher foi presa em flagrante no mesmo dia e, em uma última versão, disse que a menina morreu por asfixia.