Detentas produzem sacolas e sacos por meio de parceria com empresa de embalagens

embalagens feitas por detentas

“Embalando Bem: rumo à liberdade” é o nome da primeira startup social da Paraibuna Embalagens, em parceria com a Penitenciária José Edson Cavalieri (Pjec), no Bairro Linhares, Zona Leste de Juiz de Fora. A empresa produz papel 100% reciclado, com foco principal em embalagens de papelão, e agora vai contar com artefatos, como sacolas e sacos para delivery, produzidos por mulheres em cumprimento de pena. Desde o final do ano passado, seis delas trabalham no desenvolvimento e na fabricação desses produtos que, em breve, devem chegar ao mercado.

Todo papel usado na fabricação de sacolas e sacos na penitenciária é proveniente do aproveitamento de bobinas de papel. “A Paraibuna Embalagens sempre impactou públicos em situação de vulnerabilidade social, a exemplo dos catadores de papel, que são responsáveis por recolher da sociedade sua principal matéria-prima: as aparas de papel”, destacou a empresa, que completa 62 anos de atividades neste ano, com duas unidades fabris, sendo uma em Juiz de Fora e outra em Sapucaia (RJ).

Contribuir para a profissionalização, capacitação, qualificação e ressocialização das detentas estão entre os objetivos do novo projeto. As seis mulheres envolvidas na produção cumprem jornada diária das 8h às 17h, com uma hora de almoço, em um galpão reformado para essa finalidade, no complexo feminino. A adequação do espaço físico incluiu construção de banheiro, compra de maquinário, equipamentos, mobiliário e insumos, para garantir boas condições de trabalho. “A partir do reaproveitamento de materiais disponíveis, o setor de Facilities produziu itens do mobiliário, como bancos, prateleiras e bancadas”, destacou a firma, que mobiliza vários setores na iniciativa.

O acordo entre a Paraibuna Embalagens e o Estado de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), prevê pagamento mensal por parte da empresa. Do valor total, que não foi divulgado, 50% vão para as mulheres que atuam na linha de produção, 25% são depositados em pecúlio, até a conclusão da pena, e 25% vão para o Estado, como forma de compensação. “À Paraibuna cabe também o pagamento das despesas operacionais, como energia elétrica utilizada na produção das sacolas, sacos e envelopes.” As trabalhadoras também recebem o benefício da remissão da pena: três dias de trabalho equivalem a menos um dia atrás das grades.

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Motivação em forma de embalagens

Segundo a Paraibuna Embalagens, o crescente interesse dos consumidores por embalagens sustentáveis, alinhado ao conceito de economia circular, motivaram o “Embalando Bem: rumo à liberdade”. “Agregar o início dessa nova linha de produtos a um projeto de cunho social foi a forma encontrada pela Paraibuna Embalagens de efetivamente respeitar seu DNA como uma indústria recicladora comprometida com a sustentabilidade, seja ela ambiental, social e econômica.”

A direção da Pjec destaca como são importantes parcerias como essa às mulheres privadas de liberdade. As trabalhadores foram selecionadas por meio de um programa de ressocialização, que identifica o perfil de cada detenta para o trabalho, que também é aprovado pelo juízo da Vara de Execuções Criminais. “Estamos falando de emprego remunerado e de dignidade. Essas seis mulheres representam hoje as 283 que temos privadas de liberdade. Isso é muito significativo para elas: tem uma empresa que acredita, que está nos dando oportunidade para retornar para a sociedade de uma forma melhor.”

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