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Divulgação/Max Brito
Investimentos em energia, saneamento, logística e no ramo industrial vão movimentar a economia do Espírito Santo, envolvendo cifras bilionárias.Fábricas de paletes de madeira, de máquinas pesadas e de vidro, além de novos supermercados, também estão na lista de projetos, presente na tabela mais abaixo.No fornecimento de energia, 23 projetos de empresas locais e de outros estados vão concorrer no leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para se instalarem no Estado.O investimento vai depender de quais projetos serão aprovados, mas o Estado receberá de R$ 2 bilhões a R$ 4,5 bilhões em obras, segundo o subsecretário de Estado de Integração e Desenvolvimento Regional, Celso Guerra.O edital está previsto para sair até junho, e o leilão, até o fim do ano, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). Ele chegou a ser cancelado no último dia 4, para ajustes no edital.As usinas a gás servirão como alternativa à ausência de geração de energia solar durante a noite, em um cenário de transição energética avançada, explica Guerra.“Ativadas, elas entram em operação fornecendo energia para a rede do País, de 5 a 10 gigawats, dependendo da demanda.”Já no litoral Sul, o Porto Central, que está sendo construído em Presidente Kennedy, vai receber quatro terminais de cargas: de contêineres, de grãos, de líquidos e de gás. Soja e milho vindos da região Centro-Oeste do País terão o porto como rota para exportação, explica o presidente do Conselho de Administração do Porto Central, José Maria de Novaes.A previsão é que a carga chegue ao terminal pela malha rodoviária e, futuramente, pela ferrovia EF-118, ainda em fase de concessão. O terminal de grãos está sendo projetado para movimentar cerca de 24 milhões de toneladas de grãos por ano.“Inicialmente, serão 4 milhões de toneladas. Em uma estimativa, estamos falando de 2 bilhões de dólares (R$ 11,7 bilhões, na cotação atual) de exportação anual de grãos”, analisa.O porto firmou ainda entendimento para tornar viável o maior terminal de contêineres da América Latina. O projeto será desenvolvido junto à consultoria Praxys.Além disso, uma usina de dessalinização da água do mar, para transformá-la em potável, é outro projeto aguardado. A GS Inima é quem construirá a estrutura, entre Vila Velha e Guarapari.O investimento, no entanto, ainda está em estudo, segundo o subsecretário de Estado de Gestão e Parcerias, Cláudio Saade. “Estamos fazendo ajuste de custos.”Já a rede de supermercados BH tem planos de, em três anos, ter mais 20 lojas no Espírito Santo, revelou o empresário Pedro Lourenço de Oliveira ao jornal O Tempo.Os investimentosTermelétricaSão 23 projetos elaborados por empresas locais ou que planejam se instalar no Estado para a geração de energia a partir do gás natural. Ao todo, são 327 inscritos no País.A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é quem irá analisar e selecionar quais serão tirados do papel, por meio de um leilão previsto para ocorrer até o final do ano. O certame foi cancelado no dia 4 de abril, para ajustes no edital. Mas o novo documento deve ser liberado até junho, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME).De 74 gigawatts de potencial de geração de energia, cerca de 15GW serão contratados pelo governo. No Estado, há projetos que vão de R$ 500 milhões a R$ 4,5 bilhões. Mais que um pode ser selecionado.DessalinizadoraA Usina de dessalinização da GS Inima, a ser construída entre Vila Velha e Guarapari, está em fase de estudo de viabilidade econômica.Ela vai fornecer água para a região da Grande Vitória, com o objetivo de solucionar a queda no abastecimento em situações de seca.A perspectiva é que ela promova segurança hídrica ao Estado pelos próximos 50 anos.Porto CentralSerão QUATRO terminais: de líquidos (petróleo); de contêineres (cargas gerais); de grãos, principalmente soja e milho vindos do Centro-Oeste brasileiro; e de gás (GNL). A perspectiva é que o terminal de grãos movimente cerca de R$ 11,7 bilhões em cargas por ano. De investimento, são previstos R$ 200 milhões só na infraestrutura portuária. Já o de contêineres deve receber sozinho um investimento de R$ 150 milhões, também na infraestrutura.O terminal de líquidos será focado no transbordo de petróleo, para importação de derivados e exportação.O de gás natural Liquefeito (GNL) é o projeto mais recente. Funcionará para a importação de parte dos 50% de gás que o País consome do exterior.Um estaleiro para desmontar plataformas de petróleo na Bacia de Campos é outro projeto que promete atrair indústrias do setor metalmecânico para a região.Porto secoo terminal Multimodal de Fundão está sendo construído pela empresa Minas Port, na área onde funcionava uma siderúrgica, hoje desativada. A previsão é de inaugurar em 2025.A cidade foi escolhida por estar conectada aos principais portos do Espírito Santo e próxima à região da ZPE de Aracruz.Há ainda conexão ferroviária na linha Vitória-Minas, que facilita receber produtos siderúrgicos como ferro-gusa e minérios, fertilizantes, grãos, além de contêineres do Sudeste e Centro-Oeste.TEM área total de 220 mil m e 1,5 quilômetro de Pêra ferroviária, podendo atuar nos trâmites de importação e exportação de produtos.FábricasA Biomass Trust, startup paulista, vai instalar uma fábrica em um terreno já comprado na ZPE de Aracruz (ParkLog) para produção de paletes de madeira, combustível utilizado em lareiras e outros fornos. Serão 1 milhão de toneladas produzidas por ano, com tecnologia nova que soluciona o problema da poluição provocada pelo eucalipto, matéria-prima do produto. A carga terá como destino a Europa.Lojas20 novas lojas dos Supermercados BH estão previstas para serem instaladas no Estado até 2028. A rede hoje possui 40 unidades no Estado.Fontes: fontes citadas e O TempoMais empregos e oportunidade de negócios em todo o EstadoOs grandes investimentos prometem trazer consigo outras indústrias de pequeno e médio portes, além de aquecer a atividade comercial e de serviços, estimulando o mercado de trabalho em todo o Espírito Santo. Na região Sul, a construção do Porto Central e da ferrovia EF-118, com ligação ao Rio de Janeiro e ao Centro-Oeste brasileiro, tende a trazer investimentos no setor logístico e também no metalmecânico, como comenta o subsecretário de Estado de Integração e Desenvolvimento Regional, Celso Guerra.“O petróleo no Sul do Estado tem esse efeito. E à medida que temos um porto no local, teremos o navio que abastece a plataforma estacionando, o helicóptero que levará o pessoal. Você começa a gerar no entorno um outro nível de movimentação”, comenta.A luta agora é para tirar do papel de fato a construção da ferrovia, infraestrutura prioritária para o Sul.No projeto das usinas termelétricas a gás, a previsão é que 3.500 empregos sejam criados na fase de construção, além de 600 empregos permanentes em apenas um deles, revela Guerra.