Cantor sertanejo de Juiz de Fora é alvo de mandado de busca e apreensão em operação da PF que investiga fake news antes das eleições


Operação ‘Teatro Invisível 2’ teve origem no estado do Rio de Janeiro e busca recuperar cerca de R$ 3,5 bilhões de prejuízo causado aos cofres públicos usados para pagar atores que encenaram diálogos em locais de grande circulação, a fim de influenciar o eleitorado. Delegacia da Polícia Federal em Juiz de Fora
Gabriel Landim/TV Integração
Um cantor sertanejo de Juiz de Fora foi alvo de dois mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (16) na operação ‘Teatro Invisível 2’ da Polícia Federal, que investiga uma rede de desinformação que atuava no estado do Rio de Janeiro durante períodos eleitorais.
A informação foi confirmada pela TV Integração com fontes da Polícia Federal.
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Operação ‘Teatro Invisível’
A PF iniciou nesta quarta-feira a operação ‘Teatro Invisível 2’, sobre uma rede de desinformação que atuava no RJ em períodos eleitorais. Segundo as investigações, os atores contratados para encenar diálogos em locais de grande circulação a fim de influenciar o eleitorado foram pagos com o dinheiro público de contratos de serviços inexistentes.
Ao todo, foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão em Cabo Frio, Itaguaí, Mangaratiba, Rio de Janeiro e Juiz de Fora. Não houve ordens de prisão.
A investigação busca recuperar cerca de R$ 3,5 bilhões de prejuízo causado aos cofres públicos e a suspensão das atividades econômicas de oito empresas.
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Como o ‘teatro’ foi pago?
A 2ª fase da operação ‘Teatro Invisível’ mira o financiamento das encenações. A PF descobriu que os atores eram pagos com dinheiro de contratos genéricos firmados entre prefeituras e aquelas 8 empresas.
O grupo é suspeito de obstrução de justiça, caixa 2, fraude em procedimentos licitatórios e lavagem de dinheiro.
A PF apurou também que o grupo criminoso destruiu provas que poderiam incriminar os integrantes, as quais estavam armazenadas, principalmente, em meios digitais.
As investigações também trouxeram evidências de que o grupo utilizou recursos não declarados à Justiça Eleitoral, a fim de favorecer candidatos políticos nas eleições de 2024.
Se condenados pelos crimes cometidos, os investigados se sujeitarão a penas máximas que, somadas, podem ultrapassar 27 anos de reclusão.
Relembre a 1ª fase
Em 12 de setembro do ano passado, a PF prendeu 4 pessoas. Com registros de atuação em pelo menos 13 cidades do estado, a quadrilha contratava atores para fazer um teatro de rua, com a intenção de influenciar o voto, sempre desmoralizando determinados candidatos.
Esses atores simulavam diálogos entre eleitores, brigas em comícios, denúncias falsas de corrupção e cenas de suposta violência ou vandalismo atribuídas a apoiadores de determinados políticos.
Tudo era gravado com celulares ou câmeras disfarçadas e depois disseminado de forma coordenada nas redes sociais — muitas vezes com legendas e montagens que reforçavam a falsidade.
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