O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), vive neste início de 2025 um momento de definição do seu futuro político.
De simpatizante de Jair Bolsonaro, ao ponto de se filiar ao partido do ex-presidente, assumir o comando da legenda em Alagoas e levar junto com ele sua mãe, senadora Eudócia Caldas, no final do ano passado ele passou a se aproximar do governo do PT.
Ao que consta, a partir da real possibilidade de a procuradora de justiça Marluce Caldas, do Ministério Público do Estado, ser nomeada pelo presidente Lula (PT) ministra do Superior Tribunal de Justiça numa das vagas que estão disponíveis há exatos seis meses.
Muito bem avaliado pelo eleitorado de Maceió, tendo sido reeleito com mais de 80% dos votos, o que se sabe é que JHC estaria disposto a encarar uma candidatura ao governo estadual no próximo ano, renunciando à prefeitura.
No que teria como adversário o senador Renan Calheiros Filho (MDB), duas vezes governador de Alagoas e licenciado para ser Ministro dos Transportes de Lula.
A pretensão de JHC em se eleger para o governo esbarra numa estrutura partidária fortíssima do MDB no Estado, que conta com cerca de 90 dos 102 prefeitos, dezenas de vereadores, o governador Paulo Dantas, o poderoso presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor – e a maioria dos deputados estaduais.
No momento, o prefeito de Maceió tem como principais lideranças no seu grupo o deputado federal Arthur Lira (PP), o deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil) e o ex-senador e vice-prefeito Rodrigo Cunha (Podemos) – afora outros políticos de menor densidade eleitoral, todos de oposição ao governo do Estado.
Se pretender mesmo aderir ao governo Lula e ao grupo que hoje é governista em Alagoas, JHC vai ter de convencer seu eleitorado de que seria uma boa alternativa para ele – embora o risco de rejeição a essa opção seja altíssimo, o que certamente deve ser levado em conta.
Renunciar à prefeitura em abril de 2026 para disputar o governo sem uma estrutura partidária adequada seria arriscar demais; concorrer a governador se aliando ao governo federal e ao grupo dominante em Alagoas implica numa possibilidade elevada de causar insatisfação no seu eleitor; permanecer na prefeitura até o final do mandato seria uma demonstração de fraqueza e de medo, além de deixar a oposição na orfandade.
É nessa encruzilhada que João Henrique Caldas se encontra.