A possibilidade de aproximação do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), com o grupo político da governadora Fátima Bezerra (PT), com vistas às eleições de 2026, tem “fundamento zero”, segundo afirmou o ex-senador José Agripino. A declaração foi dada na última quinta-feira (10), durante o lançamento em Natal do “Mossoró Cidade Junina 2025”.
No mesmo evento, Allyson Bezerra se esquivou de falar sobre os rumores a respeito da sua pré-candidatura a governador, mas terminou fazendo críticas ao Governo do Estado, principalmente nas áreas da saúde e da educação, sinalizando que não subirá no mesmo palanque da governadora Fátima Bezerra.
As especulações sobre uma eventual aliança entre a governadora e o prefeito do segundo maior município potiguar ganharam força no final da janeiro. Os dois posaram juntos para fotos durante a entrega de imóveis do “Minha Casa Minha Vida” em Mossoró, ao lado do ministro das Cidades, Jader Filho.
As imagens alimentaram conjecturas nos bastidores da política sobre um eventual palanque juntando Allyson e Fátima em 2026, com ele disputando o Governo do Estado e ela, uma das duas vagas ao Senado Federal.
Ao comentar essa hipótese, José Agripino foi irônico dizendo que “tem gosto para todo tipo de bobagem”. “No momento, tem gosto para todo tipo de especulação e para todo tipo de colocação que você queira fazer, sem muito sentido”, acrescentou o ex-senador.
Ele também descartou uma eventual saída de Allyson Bezerra do União Brasil para o PSD, como também vinha sendo especulado. “Pela conversa que ele teve comigo, é fundamento menos zero”, assegurou.
O ex-senador destacou que há uma “menção espontânea” ao prefeito Allyson Bezerra, embora ele próprio nunca tenha se lançado a governador. Quando perguntado sobre o assunto, o prefeito sempre despista respondendo que está preocupado com sua gestão e com “as entregas” da Prefeitura de Mossoró.
Agripino sublinhou que há “outras candidaturas postas”, citando o senador Rogério Marinho (PL) e o ex-prefeito de Natal Álvaro Dias (Republicanos), mas observou que “o tempo vai maturar isso tudo”.
“As pessoas que tiverem densidade eleitoral serão consideradas. O papel que eu posso fazer é tentar juntar a direita e o centro em torno de uma candidatura, para a formação de uma chama de governador, vice-governador, senadores e deputados que reúnam o centro com a direita”, defendeu.
Para o ex-senador, é possível ainda chegar a um consenso com campo da centro-direita em torno de uma candidatura única ao Governo do Estado. Ele disse acreditar que, se isso acontecer, a oposição ganhará a eleição.
“Agora, alguns protagonistas estão hoje apenas se esboçando. O tempo é senhor do destino e o tempo ainda nos reserva um espaço para negociação, para conversa e para muito entendimento. O espaço não é amanhã, o espaço ainda nos reserva um pouquinho de tempo para conversa e entendimento”, pregou o ex-senador.
O presidente estadual do União Brasil foi enfático ao dizer que “o centro e a direita jamais caminharão para Lula” no Rio Grande do Norte. Já em nível nacional, o partido do ex-senador ocupa três ministérios no governo do PT: Turismo, Comunicações e Integração e Desenvolvimento Regional.
“Nós estamos contingenciados a nos unir em torno de um projeto. Agora, esse projeto tem que contemplar a maioria. O eleitorado do centro e da direita tem um caminho, o que a gente tem que fazer é encontrar o intérprete ou os intérpretes corretos para receberem o voto ideológico e o voto de qualidade de gestão [desse eleitorado]”, pregou José Agripino.
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