
Design foi reformulado e motor, trocado. O resultado é uma experiência off-road muito melhor que a versão anterior e bom fôlego para viagens. Por preço competitivo, modelo chega para desafiar líderes de vendas como Yamaha Lander 250 e Honda Sahara 300. A fabricante indiana Royal Enfield está atualizando sua linha de produtos, com boas novidades. A nova Himalayan 2026 mostra que o foco da marca está em atender às necessidades dos consumidores.
Nesse caso, a segunda geração de sua moto trail tem mais potência, é mais equipada e mantém preço similar à versão anterior para desafiar as concorrentes Honda Sahara 300 e Yamaha Lander 250.
🔎 As motos trail são geralmente mais altas, têm maior distância do solo e são projetadas para enfrentar diversos tipos de terreno. Elas possuem pneus mistos, adequados tanto para estradas pavimentadas quanto para off-road.
A trail mais vendida no Brasil é a Honda NXR 160 Bros, mas não compete com a Himalayan pois está na categoria de entrada, junto com a Yamaha Crosser 150 e a Shineray Shi 175. Foram 26.448 unidades vendidas nos dois primeiros meses do ano, segundo a Fenabrave.
No segmento de média cilindrada, a Yamaha XTZ 250 Lander é a segunda colocada, com 6.551 unidades vendidas no ano. A Sahara 300 está em terceiro lugar, com 6.148 vendas.
A Himalayan ainda não está entre as 10 trails mais vendidas. Mas com as atualizações e preços competitivos parece ter pré-requisitos para incomodar as líderes.
O g1 testou o lançamento por mais de 300 quilômetros e tira as principais dúvidas sobre o modelo.
Nesta reportagem, você verá:
As mudanças da nova Himalayan;
Um comparativo com as concorrentes;
O resultado do teste de 300 km;
Os pontos positivos e negativos.
Nova Royal Enfield Himalayan 450 tem 40 cv de potência
Divulgação | Royal Enfield
Uma revolução
A nova Himalayan foi completamente redesenhada, sem aproveitar nenhuma peça da versão anterior. O projeto foi totalmente renovado, para melhorar a visão que se tinha da moto.
Deu certo: a simples mudança no motor já elevou o desempenho e o prazer de pilotar a motocicleta. A primeira geração da Himalayan tinha um motor de 411 cilindradas, com 24,5 cv de potência e 3,2 kgfm de torque, refrigerado a ar.
A nova Himalayan vem com um motor de 452 cilindradas, oferecendo 40 cv de potência (15,5 cv a mais que a versão anterior) e 4 kgfm de torque. O motor agora é refrigerado a líquido, garantindo que ele opere sempre na temperatura ideal.
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Apesar de a potência e o torque máximos serem alcançados em rotações mais altas, o novo motor a deixa muito mais ágil. Além disso, é acompanhado por um câmbio de seis velocidades, permitindo uma velocidade máxima de 150 km/h.
No design, a moto recebeu importantes atualizações, como lâmpadas de LED para setas, farol e lanterna. As luzes indicadoras de direção agora são integradas com as luzes de freio e lanterna, dando um visual diferenciado à traseira.
A moto ficou mais esguia, com cinco centímetros a mais no comprimento total. O escapamento é mais curto e o som do novo motor é mais agradável. As rodas mantêm os tamanhos de 21 polegadas na frente e 17 polegadas na traseira da geração passada.
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A bolha foi reduzida, mas seu design impede que o vento atinja diretamente o peito do piloto, o que dá mais conforto em viagens de alta velocidade.
Tecnicamente, a suspensão dianteira também evoluiu bastante, pois agora é da marca Showa, empresa reconhecida pela excelência na produção de amortecedores. Tanto a suspensão traseira quanto a dianteira têm 200 mm de curso.
Comparado com a geração passada, a suspensão traseira tinha 180 mm, o que já é um ganho em conforto. A suspensão dianteira é invertida, oferecendo mais controle e menos solavancos para o piloto.
Traseira tem luzes da seta acopladas às do freio
Divulgação | Royal Enfield
Os freios também estão mais potentes. O disco dianteiro aumentou de 300 mm para 320 mm de diâmetro, e o traseiro passou de 240 mm para 270 mm.
Os pneus da versão topo de linha agora são sem câmara, o que os torna mais confiáveis em terrenos irregulares. Mesmo que furem, eles não murcham rapidamente, permitindo que o piloto perceba o problema e pare a moto com segurança.
🔎 Pneus com câmara podem perder pressão rapidamente, aumentando o risco de acidentes.
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O tanque de combustível aumentou de 15 para 17 litros, permitindo uma autonomia de até 480 km com um consumo médio de 27,8 km/l.
O novo computador de bordo, com uma tela de quatro polegadas, exibe informações como velocímetro, quilometragem e conexão com o celular. O painel pode ser acessado pelo aplicativo da marca, permitindo visualizar chamadas, músicas e navegação pelo Google Maps.
Apesar de o motor ser 10 kg mais leve, a moto ficou 8 kg mais pesada devido às melhorias nos equipamentos.
Compare abaixo as fichas técnicas das gerações da Royal Enfield Himalayan:
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Versões e concorrentes
A nova Himalayan está disponível em três configurações e quatro opções de cor. As versões de entrada são cinza com detalhes azuis ou vermelhos. A versão intermediária é preta e amarela. A topo de linha, com pneus sem câmara (por R$ 1 mil a mais), está disponível em preto/amarelo e camuflada.
Slate Salt (cinza e laranja): R$ 29.990;
Slate Poppy Blue (cinza e azul): R$ 29.990;
Hanle Black: R$ 30.990;
Hanle Black (pneu sem câmara): R$ 31.990;
Kamet White: R$ 31.990.
Por um preço um pouco mais alto, é possível comprar motos como a Triumph Scrambler 400X (R$ 33.990) e a Kawasaki Versys-X 300 (R$ 33.990). Ambas têm potência similar à Himalayan, com 39 cv cada, mas a Versys-X tem torque inferior, com apenas 2,7 kgfm.
A Royal Enfield quer mostrar que a nova Himalayan pode competir com a Honda Sahara 300 e a Yamaha Lander 250, que custam cerca de R$ 30 mil, mas são menos equipadas e potentes.
Veja os preços:
Honda Sahara 300 Standard: R$ 29.590;
Honda Sahara 300 Rally: R$ 30.240;
Honda Sahara 300 Adventure: R$ 31.290;
Yamaha Lander 250: R$ 28.990.
Apesar dos preços semelhantes, as concorrentes não incluem o frete no valor final, enquanto a Himalayan oferece frete incluso.
A Himalayan já vem mais equipada que a Honda Sahara 300, com bolha, protetor de tanque e freios ABS nas duas rodas. Além disso, há uma opção de banco mais baixo, que pode ser adquirido nas concessionárias por R$ 1.200, e reduz a altura do assento de 84 para a 80 cm.
Isso é uma vantagem em comparação com a Honda Sahara e a Yamaha Lander, que têm bancos com 85 cm e 87 cm de altura, respectivamente.
Faróis e lanternas são de LED na segunda geração da Himalayan
Divulgação | Royal Enfield
Em termos de suspensão, a Himalayan melhorou, mas ainda fica atrás das rivais. A Royal Enfield possui curso de 200 mm na frente e atrás, enquanto a Sahara 300 tem 221 mm na frente e 220 mm atrás, e a Yamaha Lander tem 225 mm na frente e 204 mm atrás.
No entanto, o motor da Himalayan é muito superior. Por cerca de R$ 29 mil, a Sahara oferece 18,5 cv, a Lander 20,9 cv. A Himalayan, 40 cv. O torque da Himalayan também é maior, com 4 kgfm, enquanto a Sahara tem 2,7 kgfm e a Lander 2,1 kgfm.
Confira abaixo a ficha técnica da Himalayan e suas concorrentes:
Teste de 300 km
No primeiro teste com a Royal Enfield Himalayan 450, o g1 percorreu 311,2 km, sendo 70% off-road e 30% em vias pavimentadas.
A Himalayan se destacou em diversos cenários, mostrando melhorias significativas em aceleração e retomada, especialmente na estrada, e está bem equiparada às rivais, algo que a primeira geração nem sonhava.
No trecho fora-de-estrada, ficou evidente como a nova suspensão dianteira protegeu os braços dos solavancos causados pelo terreno irregular. No vídeo acima, é possível ver que o trabalho de amortecimento da Showa é essencial para enfrentar longos períodos no off-road.
Apesar disso, o cansaço após tanto tempo em cima da moto é inegável. Não pela falta de conforto, mas pelo excesso de atenção e esforço físico necessários para não cair nos trechos mais desafiadores, com velocidade baixa e muitas pedras, onde o equilíbrio é constantemente testado.
No asfalto, a suspensão da Himalayan poderia ser mais firme, mas o ajuste de pré-carga ajuda a encontrar o equilíbrio ideal. Em vias off-road, a moto oferece conforto e responde bem aos comandos, graças à sua altura do solo e à docilidade.
Capacidade off-road da Himalayan impressiona
Divulgação | Royal Enfield
Com quase 200 kg, a Himalayan é mais pesada que suas concorrentes, que pesam cerca de 150 kg, o que dificulta manobras em baixa velocidade. No entanto, o motor é eficiente e os comandos são intuitivos, facilitando o uso.
O joystick para acessar o painel é fácil de manusear, e a transmissão de seis velocidades ajuda a manter a moto pronta para retomadas e ultrapassagens, com a sexta marcha proporcionando mais conforto e economia de combustível.
A Royal Enfield Himalayan oferece um ótimo custo-benefício no segmento de trails de média cilindrada, assim como a Honda NXR 160 Bros no segmento de entrada.
Pontos positivos e negativos:
✅ Motor mais potente;
✅ Ótima capacidade off-road;
❌ Suspensão poderia ser mais firme;
❌ Poderia ser mais leve.
Próximos lançamentos
Royal Enfield Guerrilla 450 terá motor de 40 cv
Divulgação | Royal Enfield
A Royal Enfield já lançou a Shotgun 650 em 2025 e a Himalayan é o segundo lançamento. A marca promete mais três motos este ano. A próxima será a Guerrilla 450, com o mesmo motor da Himalayan, mas com um design mais jovem e inspirado nas scramblers, ideal para off-roads leves.
A Guerrilla substituirá a Scram 411, que sairá de linha junto com o motor de 24,5 cv. Outro lançamento previsto é a Bear 650, baseada na Super Meteor, Continental GT, Interceptor e Shotgun, mas com um design diferenciado. O lançamento está previsto para o segundo semestre.
Um dos atrativos da Bear 650 são suas cores vibrantes e o estilo inspirado nas scramblers. A moto será uma opção mais acessível em comparação com scramblers de outras marcas.
Royal Enfield Bear tem o mesmo motor bicilíndrico de 650 cilindradas com 47 cv dos outros modelos da marca
Divulgação | Royal Enfield
Ela terá o mesmo conjunto mecânico das outras 650 da Royal Enfield, com um motor de 648 cilindradas que desenvolve 47 cv de potência e 5,7 kgfm de torque, acoplado a um câmbio manual de seis velocidades.
A Classic 650 deve ser lançada até o fim de 2025, com um visual que remete às primeiras motos custom dos anos 1950, valorizando metais e partes cromadas.
Um ponto positivo da Classic 650 é que ela virá equipada com o mesmo banco da Shotgun 650, que permite três configurações: com banco para o garupa, com grelha para instalação de um bauleto, ou apenas com o banco do piloto, no estilo bobber.
Royal Enfield Classic 650 será uma opção mais potente que a Classic 350
Divulgação | Royal Enfield