Estiagem ainda preocupa produtores do RS, mesmo com o fim do La Niña

Após alguns meses influenciando o clima mundial, o fenômeno La Niña chegou ao fim, conforme anunciado por instituições meteorológicas internacionais. Embora a mudança indique o retorno a uma condição de maior neutralidade climática, especialistas alertam que o cenário não representa alívio imediato para os efeitos da estiagem que atinge o Rio Grande do Sul.

Caracterizado pelo resfriamento das águas do oceano Pacífico Equatorial, o La Niña interfere na circulação atmosférica e costuma provocar verões mais secos e quentes no Estado, como foi observado neste início de ano. Com seu encerramento, a expectativa é de que o regime de chuvas e as temperaturas se aproximem da normalidade para a estação, embora a previsão ainda seja de volumes abaixo da média em algumas regiões.

Com o fenômeno deixando de atuar, entram em cena outros fatores globais que influenciam o clima no Sul do Brasil, como a temperatura do oceano Atlântico Subtropical, próximo à costa brasileira, e as condições do gelo na Antártica. Esses elementos, segundo meteorologistas, têm favorecido um outono mais seco, com chuvas concentradas em curtos períodos, seguidos de dias prolongados de estiagem.

Modelos meteorológicos também apontam para a manutenção das chuvas abaixo da média, especialmente devido ao aquecimento acima do normal da superfície do continente sul-americano. Esse calor dificulta o avanço de frentes frias, principais responsáveis pelas precipitações no Estado.

Apesar do fim do La Niña, os impactos da estiagem ainda devem se prolongar. Com 310 municípios em situação de emergência devido à falta de água nos últimos meses, o solo permanece ressecado e os reservatórios seguem com baixos níveis. Mesmo com a chegada do outono e a redução das temperaturas, que ajuda a manter a umidade por mais tempo, a recuperação hídrica poderá levar pelo menos três meses.

Em áreas como a Região Central e Oeste do Estado, onde os acumulados de chuva foram significativamente inferiores à média, a expectativa é de que a situação continue crítica, afetando o abastecimento e a preparação para as culturas de verão.

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