Ouvir:Para quem gosta de lugares para ouvir música, indico o Soshape, um pico underground com sinuca, no Rio Vermelho. Por lá, acontecem uns eventos musicais com entrada gratuita durante toda a semana. Em algumas terças-feiras acontecem shows de jazz do grupo Ubuntu Session, que eu admiro muito. E em outras terças-feiras as apresentações são dos Negros Tambores, que fazem a noite ser alegre. Outro lugar que posso indicar para músicas e bons encontros é o Pub Casa N1, no Barbalho. Com ambiente acolhedor e autêntico, o Pub promove eventos musicais maravilhosos de quinta a sábado. Também recomendo algumas canções que me marcaram nas últimas semanas: Namora comigo, na voz de Mart’nália; Bem que se quis, com Marisa Monte; Rip bolado, na voz de Devil Gremory e produção dos amigos Cauê Gas e Geeli; My funny valentine, de Miles Davis; Encontro das águas, de Jorge Aragão e Jorge Vercillo; Amor de buzu, na voz de Silvanno Salles, o cantor apaixonado, e a última foi Meenvolvendo comdinheiro, na voz dos amigos Pivete Nobre e Devil Gremory.Ler:Recomendaria todos os livros da Clarice Lispector. No momento, estou lendo uma obra dela chamada A descoberta do mundo, com crônicas que ela escreveu para o Jornal do Brasil de 1967 a 1973. Tenho gostado de ler Clarice Lispector, sinto que ela consegue captar as profundezas da alma. Consigo entender muito do que ela observava sobre o mundo e sobre si mesma. Por vezes, sinto que temos as mesmas percepções das coisas. Outro livro especial é o da minha grande amiga carioca Giulia Maria Reis, chamado Móveis fora do lugar: noções de móveis e a gaveta remexida. Deixo um verso que me marcou: “O barco parece suspenso/ a referência costumava ser limitada/ há de ser uma de suas partes para este último feitiço/ corto seu dedo mindinho pelas promessas não cumpridas/ estendo a mão sou a mulher mais bonita do mundo/ declaro /iremos mergulhar”.Ir:Para quem gosta de fazer uma boa feira livre, recomendo ir em uma que existe no final de linha do Nordeste de Amaralina, que rola todos os domingos. Frutas, hortaliças, verduras e ovos frescos começam a ser vendidos às 6 da manhã e vão até às 14h. Moradores mais antigos dizem que ela surgiu pouco depois da fundação do bairro e, pelo fato de aquela região se tratar de uma área agrícola, a galera foi se organizando para comercializar os produtos. Indico, ainda, o nosso bom Cine Glauber Rocha, um cinema de rua para não só ver filme, mas tomar um bom café, comprar livros, vislumbrar a paisagem e tirar boas fotos.*Artista visual e protagonista do recém-lançado filme Jamex e o fim do medo (2025)
Percepções das coisas
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