O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, e o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, participaram da segunda edição do Encontro Paranaense do Transporte 2025, realizado nesta quinta-feira, 10, em Curitiba.
“O evento foi uma grande oportunidade para apresentar aos empresários do setor logístico e do setor produtivo, como enfrentamos os principais desafios dos modais de transporte e por que somos considerados referência em gestão por cinco vezes consecutivas, de acordo com o governo federal”, afirmou o diretor-presidente.
Promovido pelo Sistema FETRANSPAR (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná), o encontro, alusivo às festividades de aniversário da instituição – celebrado em 19 de abril –, focou os debates na infraestrutura rodoviária, ferroviária e portuária.
Além das lideranças do G7 Paraná, grupo que congrega sete grandes entidades do setor produtivo paranaense (Fecomércio, Faciap, FAEP, FIEP, Fetranspar, Ocepar e ACP), representantes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), da Ferroeste e da Portos do Paraná, participaram dos painéis.

“Discutimos tendências, desafios e inovações que impactam a logística e a mobilidade no Paraná, em um dos principais encontros do setor de transportes do Sul do Brasil, promovendo o intercâmbio de conhecimento entre os participantes”, avaliou o presidente do Sistema FETRANSPAR, coronel Sérgio Malucelli.
Luiz Fernando Garcia, destacou que a movimentação de cargas nos portos do Paraná aumentou 25% entre 2019 e 2024, um índice muito acima das médias nacional e internacional. Ele ressaltou que esse desempenho é resultado direto de uma gestão eficiente e de investimentos estratégicos.
O secretário Sandro Alex salientou ainda que, em 2024, a Portos do Paraná alcançou mais de 66 milhões de toneladas movimentadas, número que só não chegou aos 70 milhões devido à escassez de milho para exportação. “Hoje, os portos do Paraná registram a maior movimentação de cargas por metro de cais do mundo”, afirmou o secretário.
Apesar dos recordes constantes de embarque e desembarque de mercadorias, a ampliação da capacidade de movimentação de cargas nos portos do nosso estado é uma prioridade da autoridade portuária e do Governo do Estado.
Luiz Fernando Garcia explicou aos empresários e demais convidados que diversos investimentos estão sendo realizados com recursos próprios e ainda com os valores obtidos por meio da regularização de áreas destinadas ao setor privado, leiloadas na Bolsa de Valores do Brasil (B3). “Quando iniciei na Portos do Paraná, em 2019, 90% das áreas para arrendamento estavam com contratos precários, o que inviabilizava investimentos”, explicou o diretor-presidente.
A Portos do Paraná foi a primeira do país a receber delegação do governo federal para conduzir a licitação de áreas portuárias. Ao todo, são oito áreas de arrendamento, denominadas PAR, das quais cinco já foram arrematadas. No próximo dia 30, outras três estarão em disputa na B3. Com isso, Paranaguá será o primeiro porto brasileiro com 100% das áreas arrendadas e regularizadas, somando R$ 3,8 bilhões em investimentos.
Garcia também destacou o andamento do projeto de concessão do Canal de Acesso, que trará maior produtividade com o aumento de dois metros no calado — a distância entre o ponto mais profundo da embarcação (quilha) e a superfície da água. “A cada metro conquistado de calado, estamos falando de 7 mil toneladas a mais de granéis sólidos que poderão ser transportadas por navio, ou cerca de 770 contêineres de 20 pés (TEUs). Temos estrutura e estamos trabalhando para produzir cada vez mais”, enfatizou.
Com mais calado, navios maiores e com mais carga, navios poderão operar com custo menor, gerando vantagens comerciais para o setor. O processo já é referência e está sendo adotado como modelo por outros portos brasileiros.
A obra do Moegão também foi um dos destaques do evento. Com investimentos de R$ 600 milhões, a estrutura centralizará a maioria das linhas férreas de Paranaguá, aumentando a produtividade da movimentação de cargas. “Com 35% das obras concluídas, a previsão de entrega é para o final deste ano. O Moegão visa atender as demandas apresentadas aqui. Hoje, temos plenas condições de atender o Brasil”, afirmou Garcia.

O secretário Sandro Alex também observou que a inteligência logística dos portos paranaenses é essencial para o crescimento contínuo da produtividade, mas os investimentos são igualmente decisivos. E complementou: “Chegamos, em 2023, aos números de movimentação que estavam previstos apenas para 2040. Hoje, temos as maiores obras do Estado em andamento no Porto. O Moegão será concluído neste ano, assim como o novo píer em T, que receberá R$ 1 bilhão em investimentos do Governo do Estado”.
O superintendente da Federação das Cooperativas do Paraná (Fecoopar), Nelson Costa, fez questão de destacar que o Porto de Paranaguá foi elogiado em reunião recente do Sistema Ocepar, entidade que representa as cooperativas do Estado. “Nós, do setor produtivo, estamos satisfeitos com os investimentos que o porto vem realizando. No último dia 1º, nossos diretores elogiaram o fluxo de cargas em Paranaguá”, pontuou Costa.
Durante o evento, empresários comentaram o crescimento da exportação de proteína animal e questionaram sobre a movimentação de contêineres e se há necessidade de ampliação da estrutura logística para esse segmento.
“Até o momento, crescemos 11% na movimentação de contêineres em 2025. Nosso terminal alcançou a marca de 1,5 milhão de TEUs movimentados em 2024, números históricos para o estado. Quando dizem que o Porto está em colapso ou que não tem mais capacidade, respondemos com esses recordes”, pontuou Garcia.
Além das discussões sobre o futuro do transporte no Paraná, a Portos do Paraná recebeu uma homenagem pelo aniversário de 90 anos do Porto de Paranaguá. A placa entregue ao diretor-presidente, traz a seguinte mensagem: “A trajetória vitoriosa que conecta o Paraná e o Brasil aos mais distintos mercados econômicos mundiais.”
Fonte: Portos do Paraná