A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu um veículo clonado em operação na BR-304, em Mossoró. O carro, roubado em Natal há 14 anos, circulava com documentação falsa. O condutor e o passageiro alegaram ter comprado o carro de um particular sem verificar sua origem – situação que pode configurar o crime de receptação culposa, com pena de até dois anos de detenção.
“Esse caso é clássico: o comprador acha que está fazendo um bom negócio, mas pode perder o carro e ainda responder na Justiça. É por isso que a vistoria veicular desempenha um papel fundamental na segurança do trânsito e para quem compra e quem vende um veículo”, afirmou o presidente da Associação das Empresas de Vistoria do RN, Pedro Henrique Costa.
Segundo ele, a vistoria veicular é a única forma de confirmar se um veículo tem origem lícita antes da compra. “Além das condições do veículo, o vistoriador realiza a verificação detalhada, comparando a documentação e os números de séries dos vidros, motor e chassi do carro, moto ou caminhão, evitando que o comprador adquira um veículo de procedência ilícita, bem como que o vendedor seja penalizado por alterações futuras”, explicou.
Criminosos adulteram números de chassi, motor e vidros de carros roubados para vendê-los como se fossem legais. Muitas vezes, usam documentos de veículos regularizados, mas com características físicas diferentes. “O golpe é sofisticado. Só uma vistoria detalhada consegue identificar essas inconsistências”, disse Pedro Henrique.
A vitória também inclui inspeção de freios, pneus, sistema de iluminação, chassis, entre outros aspectos importantes, para garantir que os veículos estejam em boas condições e prevenir acidentes causados por falhas mecânicas. “O vistoriador credenciado é responsável por verificar se os veículos estão de acordo com as normas e regulamentações estabelecidas pelos órgãos competentes. Ao garantir a regularização dos veículos, a vistoria ajuda a criar um ambiente mais seguro nas vias”, acrescentou Pedro Costa.
Em 2023, o RN registrou 1,2 mil veículos recuperados com indícios de clonagem ou adulteração, segundo o Departamento Estadual de Trânsito do Estado (Detran-RN). No RN, 29 empresas credenciadas realizam o serviço, que custa em média R$ 150. “É um valor baixo comparado ao risco de perder um investimento de dezenas de milhares de reais”, completou o especialista.
A PRF reforça que os compradores devem desconfiar de ofertas muito abaixo do mercado. “Se o preço é bom demais para ser verdade, provavelmente é golpe”, finalizou um agente envolvido na apreensão.