Bárbara Coelho, professora da Ufba e coordenadora do Comitê Inteligência Artificial na Educação da International Association of Artificial Intelligence
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Além do uso da água como recurso vital nas operações para o funcionamento da IA Generativa, há também o gasto gerado pelos centros de dados que utilizam água tanto na construção dos equipamentos quanto no resfriamento dos componentes eletrônicos como GPUs e periféricos de mega processadores que consome muita energia de comando, e por isso, geram muito calor durante a operação.
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Outros componentes que, hoje em dia, já funcionam com auxílio de IA Generativa, são os Data Centers, instalações físicas que armazenam e processam dados, como as do Google, por exemplo, que arquivam dados dos usuários na “nuvem”.
Data Center da Google na cidade de Henderson, em Nevada nos EUA
| Foto: Reprodução | Google
No caso da IA Generativa exige ainda mais dos data centers, para treinamento e para inferência, na produção de textos, códigos computacionais e vídeos. O ChatGPT, por exemplo, consome 10 vezes mais água para resfriamento que o Google, segundo a professora.
Agora com a geração dessas imagens o gasto de água aumentou quase 20 vezes mais em comparação a geração de texto
Bárbara Coelho – Coordenadora do Comitê Inteligência Artificial na Educação da International Association of Artificial Intelligence
A Google que pensava em construir mais duas unidades de Datas Centers em The Dalles, cidade no estado de Oregon, nos Estados Unidos, em 2020, foi contestada pela população que teve acesso aos dados de gasto de água nas sedes. “Foi algo da ordem de 355.5 milhões de galões de água que é mais de 1/3 do gasto de água da cidade da população inteira da cidade onde está instalado”, explicou a especialista.Entre os processos que fazem o uso excessivo de água estão além do resfriamento do tratamento de água, que tem um gasto total de 80% de energia, para assim conseguir resfriar os computadores que consomem 40%. Os outros 20% restantes são para o funcionamento de outros apetrechos.
Data Center na cidade de SunnyVale, na Califórnia, estado conhecido como Vale do Silício, centro de produção tecnológica
| Foto: Reprodução | Google
Segundo Bárbara Coelho, o gasto de água não é o único impacto ambiental. “Outra problemática é que o vapor de água que emanam desses data centers para atmosfera, não necessariamente vai parar nos rios de onde vieram, causando assoreamentos dos rios e outras mazelas ambientais na região”, ressalta.Apesar dos impactos negativos da IA, a tecnologia apresenta também potenciais benéficos, no uso “na prevenção de desastres, no monitoramento ambiental, na detecção de desmatamento, na pesquisa científica e modelagem climática, na análise de biodiversidade, dentre outros”, como pontua a especialista que ainda disse que os impactos da IA serão discutidos este ano na COP-30 em Belém, no Pará.“A IA apresenta muitos benefícios para a proteção do meio ambiente, mas hoje funciona à custa de um consumo considerável de recursos naturais como minerais, energia elétrica, água, e de gerar resíduos eletrônicos. É preciso que se garanta que seus malefícios não superem seus benefícios ao meio ambiente”, concluiu Bárbara Coelho.