Rogério defende Styvenson e minimiza distorção sobre emendas a hospitais

O senador Rogério Marinho (PL) saiu em defesa do colega senador Styvenson Valentim (PSDB) afirmando que ele é vítima de um “assassinato de reputação” promovido por “blogs ligados ao Governo do Estado”. A declaração foi feita em entrevista a uma rádio local e é uma reação às críticas sobre a forma como o tucano vem divulgando suas emendas parlamentares nas suas redes sociais. Styvenson publicou uma série de vídeos se apresentando como “pai” das obras de três complexos hospitalares que estão em construção no RN, mas depois foi forçado a admitir que os recursos foram destinados para custeio de saúde, não para a construção desses hospitais.

Rogério Marinho minimizou a informação distorcida disseminada pelo seu colega Styvenson Valentim, que induz a população ao erro ao se apresentar como pai da construção de diversos complexos hospitalares, como o Hospital da Liga de Currais Novos, Hospital da Liga Mossoroense de Combate ao Câncer e a Unidade de Oncologia Pediátrica da Liga em natal.

Para Rogério Marinho, Styvenson não está cometendo nenhum erro ao se apropriar de obras realizadas com recursos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O senador afirmou que diferenciar se os recursos são para custeio ou para construção é apenas uma “filigrana”.

Em vez cobrar transparência do senador na divulgação da destinação das emendas parlamentares, Rogério Marinho preferiu atacar os veículos de comunicação não alinhados à direita bolsonarista acusando-os de agir de forma “deliberada” e “planejada” para desconstruir a imagem de Styvenson.

O líder da oposição no Senado Federal insistiu que não estariam sendo construídos os complexos hospitalares em Currais Novos, Mossoró e Natal “se o senador Styvenson Valentim não tivesse colocado recursos para essas entidades”.

Rogério Marinho disse que Styvenson tem “todo o direito do mundo” de afirmar que está “edificando” e “construindo” os hospitais.

O senador acusou a governadora Fátima Bezerra (PT) de ser a responsável pelo que considera ataques a Styvenson. De acordo com ele, o motivo seria o fato de a petista aparecer atrás do tucano e do ex-prefeito Álvaro Dias (Republicanos) nas pesquisas de intenção de voto para o Senado Federal em 2026.

“Hoje, a direita do Rio Grande do Norte, pasmem, faria os dois senadores. Quem está puxando esse processo é o senador Styvenson”, apostou Rogério Marinho, que conta em pegar carona na popularidade no colega de bancada com vistas a sua candidatura ao Governo do Estado.

Liga contradiz Styvenson

A Liga Contra o Câncer, em nota enviada à imprensa na semana passada, informou que as emendas parlamentares enviadas pelo senador foram “destinadas para o auxílio no custeio dos hospitais”, não para a construção dos complexos de Currais Novos e Natal.

O hospital explicou que o dinheiro destinado à realização de “obras e melhorias” tem origem em recursos próprios, que por sua vez provêm de “origens diversas, tais como atendimentos particulares, convênios, pesquisa clínica, doações, entre outros”.

“O mecanismo de destinação de emendas parlamentares, individuais e de bancada, para o atendimento em saúde é de suma importância para a estruturação de unidades que prestam serviço em filantropia em todo o país, proporcionando auxílio à rede filantrópica que atende preferencialmente ao SUS”, diz trecho da nota da Liga Contra o Câncer.

O comunicado também afirma que “não há qualquer vinculação político-partidária ou ideológica nessa destinação de recursos”, acrescentando que “outras instituições filantrópicas de saúde no Rio Grande do Norte, na capital e no interior, também recebem recursos de emendas parlamentares para custeio de suas atividades”.

A nota cita, ainda, que “a destinação de recursos para novas estruturas de saúde aumenta, significativamente, a capacidade de atendimentos e o número de pessoas atendidas”.

Apesar do esclarecimento da Liga, Styvenson, em nenhum dos vídeos publicados em suas redes sociais, esclarece que os recursos destinados a essas entidades filantrópicas são oriundos de emendas de bancada, não individuais. Portanto, o mérito que ele reivindica apenas para si é compartilhado pelos demais parlamentares da bancada federal potiguar, que endossaram o envio dos recursos.

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