Família de Morretes percorre a América do Sul por mais de sete mil quilômetros de bicicleta

Uma paixão pela bicicleta que se transformou em um estilo de vida. Assim pode ser definida a jornada da família de José Leonardo Mendes e Priscila Mendes, moradores em Morretes. O casal, junto aos filhos Leonardo, de 9 anos, e as gêmeas Maria Julia e Maria Luiza, de 7, decidiu encarar uma aventura diferente: percorrer a América do Sul de bicicleta.

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O amor pelas duas rodas nasceu na juventude de José Leonardo e Priscila. Eles participaram de competições e, com o nascimento do primeiro filho, adaptaram suas pedaladas para uma experiência mais tranquila e segura.

Foto: Divulgação/Family Bike
Foto: Divulgação/Family Bike

“A paixão pela bicicleta vem da infância, quando namorávamos, Priscila e eu, começamos a participar de competições, ficamos neste mundo de performance até o pequeno Léo nascer, a partir daí surgiu a grande questão de quem cuidaria do bebe quando fossemos treinar. Nesta fase Priscila teve a brilhante ideia de adquirir nosso primeiro Bike Trailer Thule (carretinha adaptada para levar criança). Deste dia em diante tivemos que organizar nossas pedaladas para serem mais tranquilos em lugares mais calmos e também deveria ser divertido para o mais novo membro! Foi aí que conhecemos o cicloturismo”, destacou José Leonardo.

Quando a pandemia freou seus planos, o sonho de uma grande cicloviagem internacional precisou ser adiado. Mas, em 2023, um desafio profissional afastou José Leonardo da família por meses, e a saudade foi o estímulo final para que decidissem dar início à jornada.

ROTEIRO DA AVENTURA

A família partiu em junho de 2024, iniciando a viagem em Cusco, no Peru. De lá, desceram até o lago Titicaca, passando por regiões isoladas e cruzando os salares do Altiplano boliviano e chileno. O trajeto incluiu ainda a Argentina e a Patagônia, com destino final em Ushuaia.

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O casal contou as experiências vividas durante nove meses e meio pela América do Sul. / Foto: Divulgação/Family Bike

“Pegamos um ônibus do Brasil até Cusco, Peru, passamos dez dias aclimatando até iniciar a pedalada, onde descemos até o lago Titicaca, conhecendo lugares icônicos e extremamente isolados! Também tivemos a oportunidade de cruzar todos os salares do altiplano Boliviano e uma parte do Chileno. Cruzamos os países Chile e Argentina percorrendo mais de cinco mil quilômetros até o coração da Patagônia, onde atualmente estamos quase chegando no Ushuaia, até a cidade mais Austral da América do Sul”, contou José Leonardo.

PREPARATIVOS E ESTILO DE VIDA

Para viabilizar a aventura, a família passou anos se planejando. Reduziram despesas, aprenderam a viver com o essencial e estabeleceram um orçamento mensal. No dia a dia, hospedam-se em barracas, refúgios e casas de moradores simpáticos que cruzam pelo caminho.

“Aprendemos a viver com somente o essencial, nos nossos alforjes e bolsas, não temos pertences, mas sim equipamentos, tudo que possuímos tem alguma serventia nesta jornada em família! Para sustentarmos financeiramente nosso projeto, fizemos uma economia nos últimos 4 anos, onde deixamos de lado muitas vaidades que consumiam boa parte do nosso orçamento mensal, pois tínhamos como principal objetivo propiciar uma criação focada em vivências e experiências outdoor”, disse.

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Foto: Divulgação/Family Bike

O planejamento incluiu também a educação das crianças. Além da vivência prática, como leitura de mapas, aprendizado de espanhol e discussões diárias sobre trajetos e condições climáticas, eles seguem uma rotina de estudos com materiais digitais e suporte de educadores.

DESAFIOS E MOMENTOS MARCANTES

A jornada não é apenas de belas paisagens e momentos de lazer. O frio extremo, ventos de mais de 60 km/h e longas distâncias são desafios diários. Em uma das passagens pela divisa entre Argentina e Chile, enfrentaram uma nevasca inesperada e precisaram permanecer abrigados por dias. No entanto, mesmo diante das dificuldades, consideram que cada desafio é uma oportunidade de aprendizado.

“No Peru e Bolívia, a questão era o Altiplano, Frio e Vento, era rotina dormir com temperaturas abaixo de zero graus e enfrentar rajadas acima dos 60 quilômetros por hora, no Chile e Argentina, começou com fortes chuvas, depois veio frio, chuva e vento extremamente fortes, sendo fatores decisivos para avançar ou ficar um dia a mais abrigado”, relatou José.

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Foto: Divulgação/Family Bike

EXPERIÊNCIAS COMPARTILHADAS

Apesar das dificuldades, as crianças adoram a viagem e se adaptaram à rotina nômade. Sentem falta de casa, mas a empolgação em explorar novos lugares supera qualquer saudade. A família compartilha suas experiências nas redes sociais (@familybike), recebendo mensagens de apoio e inspiração de seguidores que acompanham a viagem.

“Temos redes sociais (@familybike). Achamos importante poder contar uma parte das aventuras, através de posts e vlogs que postamos sempre que temos tempo e internet. Já recebemos vários tipos de comentários, os bons nos dão energia e incentivo, os maus não nos afetam, pois entendemos que todos tem suas razões e seus momentos. Mas como se trata de um sentimento muito puro, amor, a maioria das pessoas que tem o trabalha de escrever, compartilham o quanto a nossa vivência traz paz e felicidade ao seu dia, isso nos conforte e enche nosso coração de alegria, poder deixar o dia de uma pessoa melhor sempre faz nos sentir melhor”, finalizou.

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Foto: Divulgação/Family Bike
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