Morre mulher com câncer terminal que deu à luz a menino em Vitória

Primeiro contato de Pâmela com o pequeno Ravi foi registrado pela equipe médica que a acompanhava no Hucam

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Morreu nesta segunda-feira Pâmela Souza, de 30 anos, moradora de Vitória, que no início de fevereiro deu à luz o pequeno Ravi Souza, mesmo lutando há cinco anos contra um câncer na cabeça, que estava em estágio terminal. Pâmela estava internada no Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam-Ufes), que confirmou a morte dela.Mesmo acontecendo em condições raras, o parto do pequeno Ravi, ocorrido no dia 6 de fevereiro, foi bem-sucedido. A cesariana mobilizou uma equipe assistencial do Hucam-Ufes), composta por obstetra, oncologista, neurologista, enfermeiros, assistentes sociais, neonatologistas, psicóloga, especialista em cuidados paliativos e nutricionistas.O parto teve de ser antecipado quando o bebê completou 28 semanas de gestação, devido ao agravamento da doença da mãe e depois de uma recomendação técnica da equipe médica do hospital, que é referência para o SUS para gravidezes de alto risco na capital capixaba.Ravi nasceu com 1,2 kg e precisou ser internado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) do Hucam, como geralmente ocorre com bebês nascidos com esta prematuridade. No entanto, ele já recebeu alta e está em casa.Gravidez inesperadaEm fevereiro, o marido de Pâmela, Rilles de Souza, contou à reportagem do jornal A Tribuna que Pâmela tinha o tumor controlado depois de sessões de quimioterapia e radioterapia realizadas pelo SUS, mas a gravidez inesperada reativou a doença. A manutenção da gestação reduz as opções terapêuticas para o tratamento oncológico e, neste caso, o desejo da mãe foi seguir com a gravidez até o fim.“Nesses 10 anos de casamento, ela sempre quis ser mãe, sempre quis ter um filho. E foi uma gravidez de surpresa. Todos aqui no Hucam nos abraçaram. Mas não sabia se ela iria voltar da sala de parto com vida”, disse na época Rilles. Com o parto bem-sucedido, a mãe seguiu internada no Hucam. O tumor não permitia que Pâmela tivesse interações contínuas com consciência plena, além das limitações de movimentos e de visão causadas pela doença no cérebro.Primeiro contatoApós o nascimento de Ravi, Pâmela ficou seis dias sem ver o bebê. No entanto, no dia 12 de fevereiro, a mãe recobrou a consciência por tempo suficiente para ver o filho único. O momento, gravado pela família em vídeo cedido pelo pai, emocionou a todos. Segundo Rilles, a mãe sorriu e pronunciava o nome da criança, além de agradecer aos profissionais que estavam em volta.Veja o vídeo do encontro: