PCC amplia rede de tráfico internacional com troca de cocaína por ecstasy

O tráfico internacional de drogas tem se reinventado, e grupos criminosos brasileiros estão no centro de uma nova estratégia de negociação: a troca direta de cocaína por MDMA, popularmente conhecido como ecstasy. Esse modelo de transação, chamado de barter deal, elimina o uso de dinheiro, dificultando a rastreabilidade e fortalecendo a conexão entre traficantes da América do Sul e da Europa.Um relatório recente da Europol e da Agência da União Europeia para as Drogas (EUDA) revela que facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Primeiro Grupo Catarinense (PGC) estão cada vez mais envolvidas nesse tipo de operação. O ecstasy, produzido em grande escala nos Países Baixos e na Bélgica, chega ao Brasil e a outros países sul-americanos em troca da cocaína exportada para o continente europeu. A relação de troca varia, mas geralmente 1 kg de MDMA pode ser obtido com até 3 kg de cocaína.

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Além de abastecer o mercado interno, esses grupos criminosos expandem a distribuição do MDMA para países vizinhos, como Argentina, Uruguai e Chile. A entrada crescente de drogas sintéticas no Brasil indica uma mudança no fluxo do tráfico, antes visto apenas como ponto de exportação de cocaína.O esquema envolve rotas sofisticadas e diversos meios de transporte, incluindo remessas por contêineres, voos comerciais e até envios pelos Correios. De acordo com o relatório, entre 2019 e 2022, ao menos 1,2 tonelada de MDMA saiu da Europa com destino à América Latina, sendo que 141 quilos foram interceptados no Brasil. O aumento do consumo e a possibilidade de altos lucros estão atraindo traficantes europeus para essa rota, que já deixou de ser uma via de mão única.

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