“O governo Lula está em desespero por popularidade”, diz ex-senador

O ex-senador José Agripino Maia não poupou críticas ao governo federal. Para ele, o Palácio do Planalto vive um processo de desgaste acentuado e, diante da queda de aprovação, tem recorrido a medidas desesperadas para tentar recuperar prestígio. “O presidente Lula (PT) está em processo de descrédito progressivo. Ele sempre foi bem avaliado, mas agora tenta retomar sua popularidade a qualquer preço. É o que resta a ele fazer”, disse o ex-governador e presidente estadual do União Brasil.

A avaliação acontece após a pesquisa Futura Inteligência, divulgada pela Exame, apontar que a desaprovação ao governo subiu para 52,6%, enquanto a aprovação caiu para menos de 30%. Segundo Agripino, o cenário levou o governo a adotar medidas de forte apelo popular, mas com impacto negativo na economia. Um exemplo foi a liberação de empréstimos consignados para trabalhadores celetistas com garantia do FGTS. “O FGTS rende 3,3% ao ano. O empréstimo tem juros de 5,5% ao mês. Isso é jogar a população numa armadilha e dizer que está ajudando”.

Agripino vê nesse tipo de ação um uso político do dinheiro público para atingir “nichos de popularidade”. Para ele, o governo está disposto a qualquer manobra para tentar reverter os índices negativos. “Tem gente que sacrifica uma companhia de petróleo inteira para se manter no poder. A Venezuela que o diga”, ironizou.

Para ele, a disputa interna no governo entre as alas responsáveis pela condução econômica agrava ainda mais o cenário. De um lado, nomes como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentam manter algum grau de responsabilidade fiscal. Do outro, políticos como Gleisi Hoffmann, presidente do PT, Rui Costa e Alexandre Silveira estariam comandando a chamada “banda gastadora” do governo. “O Haddad começou bem, era respeitado pelo mercado, mas está cabisbaixo. Perdeu espaço dentro do próprio governo”, observou.

Para Agripino, o conflito interno é visível. “Uma ala quer gastar com responsabilidade, outra quer gastar de qualquer forma, mesmo sem ter de onde tirar. Emitir moeda significa inflação, e inflação e desemprego no médio prazo”. E lembrou que o Banco Central reduziu a projeção de crescimento do PIB de 2,1% para 1,9%, e só prevê a inflação dentro da meta de 3% no segundo semestre de 2027. “Estamos em 2025. Isso mostra que as ações do governo são, além de perigosas, ineficazes”.

Ex-prefeito de Natal, ex-governador do RN e senador por vários mandatos, Agripino falou em entrevista à CBN Natal e  deixou claro que vê o governo Lula encurralado, agindo com pressa e de forma desordenada para tentar sustentar sua base popular. Para ele, o resultado desse desespero será mais inflação, mais desemprego e uma herança difícil de administrar nos próximos anos.

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