Rogério e Gonçalves estavam em coletiva de Bolsonaro que tocou Marcha Fúnebre

Depois de virar réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou uma coletiva para falar com a imprensa. No seu grupo de apoiadores, estavam dois parlamentares do Rio Grande do Norte: o líder da Oposição no Senado, Rogério Marinho, e o deputado federal Sargento Gonçalves, ambos do PL. 

A coletiva viralizou posteriormente depois que um trompetista tocou a “Marcha Fúnebre”, interrompendo temporariamente a conversa, e também a música “Tá na hora de o Jair já ir embora”, composição que ficou famosa nas eleições de 2022 e era cantada em comícios, carreatas, passeatas e demais atos pela oposição ao então presidente.

Após ter virado réu, Bolsonaro se pronunciou por quase 50 minutos, voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes e reforçou as desconfianças sobre o sistema eleitoral, afirmando que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) “influenciou, jogou pesado contra eu e a favor do candidato Lula”, tese nunca comprovada.

Na coletiva, o ex-presidente estava ao lado de diversos apoiadores, incluindo o filho Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado Marco Feliciano (PL-SP) e o senador Magno Malta (PL-ES). Também estavam ex-ajudantes de seu governo, como o ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL). Em meio ao grupo, Marinho estava atrás de Bolsonaro, enquanto Sargento Gonçalves se localizou um pouco mais ao fundo.

Logo após a decisão do STF, Marinho divulgou uma nota à imprensa ​em que argumentou haver uma “perseguição política”.

“Mais uma vez o devido processo legal não foi respeitado. Como alertado por vários advogados de defesa, eles não tiveram acesso à íntegra das provas. Ademais, uma prisão preventiva foi desvirtuada para extrair a delação do Coronel Cid, rejeitada pelo Ministério Público e base da denúncia. Não há justa causa para o seu recebimento”, disse. Já Gonçalves classificou o processo como “injustiça” e “perseguição”.

Do outro lado, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), usou as redes sociais para exaltar a Constituição e criticar a tentativa de golpe de Estado que resultou, nesta quarta (26), no julgamento que tornou Jair Bolsonaro e mais sete em réus por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, além de dano qualificado ao Patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

“Ousaram brincar com a democracia, está aí exatamente o resultado! Réus! Réus! Aprovados, inclusive, na condição de réus por unanimidade. Não dá para brincar com a democracia, brincar com a democracia é brincar com a vida do povo, da nação!”, alertou a governadora do RN.

O deputado Fernando Mineiro classificou o momento como histórico.

“Pela primeira vez, o Brasil vai julgar criminosos que atentaram contra a democracia. STF decidiu por unanimidade tornar Bolsonaro réu junto a outros sete denunciados. A impunidade tem levado, historicamente, à repetição de ataques à democracia, tentativas de golpe e elogios à ditadura. Que a trama golpista não fique impune e a justiça seja feita”, escreveu nas redes sociais.

Já Natália Bonavides disse que “Bolsonaro fez do Código Penal um bingo” e voltou a clamar “sem anistia pra golpista”.

A denúncia

Além de Bolsonaro, mais sete ex-integrantes do seu governo foram denunciados por tentativa de golpe de Estado. São eles: o deputado federal Alexandre Ramagem, o almirante e ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o general da reserva e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno, o tenente-coronel e o ex-ajudante de ordens da Presidência da República Mauro Cid, o general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o general da reserva e ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto.

Segundo a denúncia, esses oito acusados integram o Núcleo 1, ou “Núcleo Crucial”, de uma organização criminosa que buscava impedir o regular funcionamento dos Poderes da República e depor o governo legitimamente eleito.

Nessa fase processual, foi examinado apenas se a denúncia atendeu aos requisitos legais mínimos exigidos pelo Código de Processo Penal para a abertura de uma ação penal. A conclusão foi de que a PGR demonstrou adequadamente que os fatos investigados configuram crimes e que há indícios de que os denunciados participaram deles.

Com o recebimento da denúncia, os oito acusados se tornarão réus e passarão a responder a uma ação penal pelos crimes descritos pela PGR: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

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