Charrete que atropelou e matou ciclista estava em corrida com outro veículo, diz testemunha


Gabriela Ferreira Neves de Andrade estava andando de bicicleta com a vítima e disse que charrete estava em alta velocidade. Polícia instaurou inquérito policial para investigar o caso. Vídeo mostra ciclista atropelada por charrete momentos antes de acidente em praia
A amiga da ciclista Thalita Danielle Hoshino, de 38 anos, que morreu atropelada por uma charrete em Itanhaém, no litoral de São Paulo, contou ao g1 que o veículo, puxado por cavalos, estava em alta velocidade no momento do acidente. Gabriela Ferreira Neves de Andrade, de 26 anos, acredita que o condutor da charrete estava apostando uma corrida com outro charreteiro quando atingiu a vítima.
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O acidente ocorreu no domingo (23), na faixa de areia na altura da Avenida Santa Cruz. Thalita chegou a ser internada após sofrer um traumatismo cranioencefálico (TCE). Ela primeiro foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Itanhaém, antes de ser transferida ao Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande.
“Eu acredito que foi uma corrida porque eles estavam em uma velocidade muito alta […]. Depois, conversando com alguns moradores de lá, eles falaram que é comum ter essas corridas [entre charretes], que é proibido”, disse a fisioterapeuta Gabriela Ferreira em entrevista ao g1.
Ela estava pedalando alguns metros atrás da vítima e viu quando dois carros se aproximaram antes das charretes. Gabriela, inclusive, chegou a alertar a amiga sobre a presença dos automóveis (assista no topo da matéria).
“Falei para ela tomar cuidado com o carro e desviei para o lado do mato. Então fui para direita e ela ficou no lado esquerdo, que é o lado do mar. Primeiro passou os dois carros, depois passou um cavalo e depois passou a outra charrete. Então ouvi um barulho e vi que ela tinha caído no chão”, relembrou a fisioterapeuta.
A mulher ainda contestou a versão do condutor da charrete, que informou aos policiais não ter percebido a aproximação da ciclista. Ele relatou ter atingido a mulher enquanto ela passava na frente do veículo.
“Ele não estava passeando com o cavalo, eles estavam correndo. Eu lembro exatamente que eles estavam correndo. E pela pancada que foi, pelo estado que a bicicleta ficou, dá para comprovar que foi uma corrida”, afirmou Gabriella.
Polícia
O delegado Arilson Veras Brandão, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) do município, disse que instaurou um inquérito como homicídio tentado.
Bicicleta de Thalita Danielle ficou com marcas do acidente em Itanhaém (SP).
Arquivo Pessoal
Ele disse, ainda, que a família da vítima está a caminho da delegacia. “Com a confirmação do falecimento será apurado [investigado] como homicídio consumado cometido com dolo eventual”.
De acordo com ele, a equipe policial analisará relatos das testemunhas, a gravidade das lesões e a postura do condutor da charrete para decidir sobre o indiciamento do homem. “Se ele estava participando de algum tipo de competição ou fazendo algum tipo de manobra totalmente imprudente”, exemplificou.
Arilson ainda informou que os investigadores estão levantando todas as informações sobre o perfil e antecedentes do homem, que tem 31 anos e é morador de Praia Grande.
“Precisamos ter certeza e materializar todos esses elementos para que nós possamos dar uma resposta para a sociedade, especialmente esclarecer os fatos. A nossa missão como Polícia Civil é esclarecer os fatos, estabelecendo os limites de autoria e materialidade do que ocorreu”, finalizou o delegado.
Thalita morreu na tarde desta terça-feira (25). A informação foi confirmada pelo Complexo Hospitalar Irmã Dulce, onde a vítima estava internada.
Thalita Danielle Hoshino sofreu traumatismo craniano após ser atropelada por charrete em praia de Itanhaém, SP
Reprodução
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