Bola murcha e pugilato

O espetáculo esperado para uma finalíssima de campeonato tem necessariamente a bola como principal protagonista, rejeitando-se os excessos verificados no estádio Manoel Barradas, domingo passado.Seria bem pior não fosse a atuação da Companhia Independente de Policiamento Tático das Rondas Especiais (Rondesp), responsável por impedir o ataque de um grupo de moradores do bairro de São Caetano.Ao desarticularem a ameaça de morte, interrompendo o plano maligno, os policiais ficharam aficcionados incapazes de entenderem o futebol como brinquedo – e não uma guerra de celerados.Um grupo de seis elementos de torcida uniformizada foi flagrado portando 18 coquetéis “molotov”, mistura inflamável em garrafa de vidro, bastando acender o pavio e arremessar nos alvos.As ocorrências comprovam tristemente o acerto provisório do Ministério Público, ao solicitar a manutenção do método de “torcida única”, como forma de favorecer a integridade física dos frequentadores de Ba-Vis.Dentro de campo, prevaleceram simulações e rusgas entre jogadores, revelando o descontrole, ultrapassando demasiado os efeitos do princípio agonístico, regente das disputas desde os primórdios do desporto.O mau exemplo partiu de quem deveria dedicar-se à esfericidade da pelota, substituída pelo pugilato, nos minutos finais do empate de 1×1, resultando no título número 51 arrebatado pelo quadro do Grupo City.O placar ainda apontava 1×0 para o dono da casa, garantindo a taça ao visitante, beneficiado pela vantagem de 2×0 na primeira partida; foi quando Matheuzinho sofreu falta dura de Kayky e veio o destempero.Eram decorridos 51 minutos do segundo tempo, nos acréscimos, quando os rubro-negros cometeram o erro do revide, envolvendo-se no sururu integrantes dos dois bancos de reservas e das comissões técnicas.Terminou agraciado o campeão, com o gol de autoria do mesmo Kayky, premiado pela débil arbitragem com a permanência em campo, junto a outros colegas envolvidos em lances estranhos aos regulamentos.
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