Cineclube estreia em Parnamirim com cinema feito por mulheres

Parnamirim será palco de uma nova iniciativa dedicada ao fortalecimento do cinema independente e à valorização de vozes femininas no audiovisual. A estreia do Cineclube Jussara Queiroz acontece nesta sexta-feira, 21 de março, às 19h, na sede da produtora audiovisual Nobir, no Centro da cidade. A programação inaugural exibe duas obras da cineasta potiguar Jussara Queiroz, homenageada que dá nome ao projeto, com entrada gratuita e proposta de promover não apenas filmes, mas também debates e formação de público.

Natural de Jucurutu, no Seridó potiguar, Jussara Queiroz é considerada uma das pioneiras do audiovisual no Rio Grande do Norte. Com uma carreira marcada por engajamento social, sua obra propõe um olhar crítico sobre desigualdade, exploração e mobilização popular, sempre com ênfase na vida das populações marginalizadas. O curta “Um Certo Meio Ambiente” (1986) e o longa “A Árvore da Marcação” (1993) serão exibidos na sessão de abertura. Os dois filmes retratam, respectivamente, a luta de comunidades urbanas contra a especulação imobiliária no Rio de Janeiro e a exploração do trabalho infantil em áreas canavieiras da Paraíba.

O cineclube surge como uma resposta à escassez de espaços culturais em Parnamirim que ofereçam acesso ao cinema alternativo e de caráter social. Idealizado pela cineasta Ádila Santos, com curadoria assinada por ela, Diana Coelho e Rosy Nascimento, o projeto tem como foco a difusão de obras dirigidas por mulheres do Brasil e da América Latina — referidas como “mulheridades” — além de estimular o debate sobre temas urgentes abordados nas produções. “Mais do que exibir filmes, o cineclube quer provocar conversas, ampliar repertórios e criar uma comunidade em torno do cinema feito por mulheres e outras minorias”, afirma Ádila.

A programação do Cineclube Jussara Queiroz se estende até maio de 2025, com sessões quinzenais previstas para os dias 04/04, 18/04, 02/05 e 16/05. Ao todo, serão exibidos 14 curtas e 3 longas-metragens, com seleção voltada para produções ainda pouco difundidas no estado. A iniciativa tem patrocínio da Fundação José Augusto, da Secretaria de Cultura do Rio Grande do Norte, por meio da Lei Paulo Gustavo, com apoio do Ministério da Cultura e do Governo Federal.

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