Saiba como prevenir as Lesões por Esforços Repetitivos no ambiente de trabalho

Dor, formigamento e até limitação de movimentos podem ser sintomas que indicam uma Lesão por Esforço Repetitivo (LER) ou Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (Dort). E, para lembrar a importância de reconhecer esses sinais e evitar o adoecimento, o Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador de Alagoas (Cerest/AL), vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (Sesau), reforça os cuidados que os trabalhadores devem ter para preservar a saúde ocupacional.

As LER/Dort representam um conjunto de doenças que afetam os músculos, ossos e articulações de trabalhadores que realizam atividades repetitivas por longos períodos, com posturas inadequadas ou que exigem esforço físico excessivo. Em Alagoas, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), em 2024 foram registrados 144 casos de LER.

O médico do trabalho da Sesau, Juraci Roberto de Lima, explicou que vários fatores associados ao trabalho podem ocasionar as LER/Dort. “As lesões são doenças relacionadas ao trabalho que afetam tendões, músculos, nervos periféricos, principalmente os braços, punhos, mãos, ombro e pescoço, causando dor, perda da força, formigamento, alteração da sensibilidade, sensação de peso e inchaço, comprometendo a capacidade para realizar movimentos e trazendo grande sofrimento ao trabalhador”, salientou.

Juraci Roberto de Lima ressaltou que o tratamento adequado é fundamental para proteger a saúde do trabalhador, e que o diagnóstico deve ser feito por uma equipe interdisciplinar, envolvendo médicos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. “O tratamento pode incluir atividades físicas orientadas, terapia ocupacional, fisioterapia, medicação para dor e inflamação, mudanças no ambiente de trabalho para prevenir lesões adicionais e, em último caso, cirurgia”, disse.

Prevenção

Já para prevenir casos do agravo, ele orienta que, para prevenir as lesões, existem medidas simples, como fazer alongamentos e pausas periódicas durante o horário de trabalho. “Também deve realizar avaliação e adequação do ambiente de trabalho, treinamento de trabalhadores sobre posturas e movimentos seguros, uso de equipamentos ergonômicos, pausas regulares para descanso e alongamento, atividades físicas regulares; ginástica laboral e controle do estresse”, destacou.

De acordo com o médico do Cerest/AL, os trabalhadores que estão mais expostos ao risco de desenvolver algum desses distúrbios são aqueles que realizam atividades que exigem movimentos repetitivos. Contudo, para o fator ocupacional, Dort, são observados que apresentam mais casos em trabalhadores de teleatendimento, operadores de caixas, digitadores, escriturários, montadores de pequenas peças e componentes, trabalhadores de confecção de calçados, costureiros, telefonistas, passadeiras, cozinheiros e auxiliares de cozinha, trabalhadores de limpeza e auxiliares de odontologia.

“Com a adesão à conectividade, onde muitas das ações incluem repetitividade de movimentos e posturas estáticas inadequadas, quase toda a população tem, em menor ou maior grau, o risco de acometimento. Muitas vezes, os sintomas começam de forma leve e vão se intensificando com o tempo. Por isso, é importante tomar medidas preventivas, estar atento aos sinais e procurar ajuda médica assim que surgirem os primeiros sintomas”, alertou o médico Juraci Roberto de Lima.

Informações sobre acidentes de trabalho podem ser obtidas junto ao Cerest/AL. O órgão atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, seja pelo telefone (82) 3315-2759 ou presencialmente, na sede administrativa, que funciona na rua Josefa Cavalcante Suruagy, no bairro Poço, em Maceió.

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