O Governo está desabando

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Em que pese todo o esforço de alguns ministros, o Governo está desabando nas pesquisas mais recentes, apesar de alguns ganhos da economia nos últimos meses. A velocidade da queda impressiona. O que está acontecendo, com certeza, ninguém explica, mas é inegável que o presidente Lula não apresenta a aptidão política que tinha nos seus dois primeiros mandatos.
Lula, não nos esqueçamos, nunca foi de palavreado refinado. Seu discurso de sindicalista agradava muito ao eleitorado, inclusive o de classe média, pelo momento que o país vivia. Construiu uma imagem, que perdurou por anos, de um político capaz de falar a verdade ao eleitor. Mas os tempos são outros. Nossa política mudou muito – para pior, reconheçamos -, e, infelizmente, o presidente seguiu a tendência.

Não se sabe bem por que, tornaram-se ainda mais rudes, agressivas mesmo, suas falas, abrindo espaço para as críticas de seus adversários, como no caso da fala sobre a indicação de Gleisi Hoffman para o Ministério da Articulação Política.

Segundo Lula, por ser “uma mulher bonita”, ela terá mais condições de dialogar com os oposicionistas. A fala foi um prato cheio para a oposição, que fez críticas violentas ao machismo presidencial, conseguindo abafar as repercussões da fala desastrada de Bolsonaro, que disse, poucos dias antes, que a mulher petista “é feia e incomível”. As duas falas dão a dimensão política dos principais nomes da situação e da oposição no atual momento do país e fazem prever o nível da disputa no ano que vem.

A piora na representação política, convenhamos, não parece ser um fenômeno brasileiro apenas. Basta prestar atenção no noticiário internacional para sentirmos o nível das novas lideranças que surgem mundo afora. “Lideranças” que colocam atualmente a paz e a sobrevivência mundial em xeque. O mundo, e não apenas o Brasil, vive um momento político difícil, que se anuncia cada dia mais radicalizado, o que facilita a ação dos aproveitadores. Só nós, eleitores, podemos dar jeito nisso.

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