Candidato em 24, Kleber Rosa cobra debate sobre teleférico

Projeto ambicioso da Prefeitura de Salvador, o teleférico, que tem a promessa de ligar o Subúrbio Ferroviário à região de Pirajá em cerca de 18 minutos, tem sido alvo de críticas pela falta de transparência. Candidato à Prefeitura de Salvador em 2024, Kleber Rosa (Psol) cobrou, em conversa com o Portal A TARDE, um amplo debate sobre o tema com os setores interessados e com a população.Kleber, que ficou em segundo no pleito, reforçou a importância de se discutir antes de executar o projeto, e pontuou que a mobilidade urbana hoje é um dos principais problemas da cidade.”Discutir mobilidade em Salvador é sempre delicado, porque exige seriedade no que a gente está falando. A mobilidade um dos problemas mais graves da nossa cidade, porque compromete um direito fundamental da população, que é o direito de circular pela cidade. Nosso povo está sitiado nos seus locais, sem condições de garantir seu trânsito pela cidade, e isso compromete acesso ao lazer, o acesso aos serviços de saúde, educação de qualidade, compromete o direito à cidade e ao que a cidade pode oferecer no seu todo. Então, eu tenho defendido na campanha que a gente primeiro discutisse a questão da tarifa zero para garantir o direito à mobilidade, apostando que, além de não ter o custo com a tarifa, o transporte fosse otimizado”, destacou Kleber, que disse compreender o teleférico com uma alternativa para a mobilidade de Salvador por conta de sua geografia, mas alertou para o risco do local acabar levando os passageiros para um ‘destino vazio’, sem uma integração para dinamizar a locomoção para outras regiões da cidade.A revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) também passa pela discussão, na visão de Kleber.”Também discuti muito a questão da integração, incluindo todos os modais possíveis para garantir a mobilidade. O teleférico é um deles, acho que temos uma cidade de morros, que cabe pensar no teleférico como um transporte que possibilite o deslocamento da população até o sistema, até outro veículo de massa. Nesse sentido, pensar o teleférico é algo interessante, mas não dá para fazer da maneira que a Prefeitura faz, sem nenhum estudo, sem nenhum debate aberto com a população, sem a Câmara de Vereadores debater, sem fazer audiência pública. Estamos com o PDDU, que deveria ter sido revisto, debatido, renovado desde 2023, estamos no ano de debate do PDDU, acho que isso poderia ser feito a partir do PDDU. Tem uma série de questões aí que envolve as escolhas que a Prefeitura faz em relação aos projetos que desenvolve na cidade”, alertou Kleber, que novamente citou a ausência de um estudo, ou de acesso a ele, sobre a viabilidade econômica do projeto.”Não temos nenhum estudo de viabilidade, por exemplo, econômica. Maior exemplo que temos de teleférico é o do Morro do Alemão, e é um projeto que não deu certo, e não foi só por conta da retomada do território por grupos armados, nas tem a ver com a própria sustentabilidade, justamente porque o teleférico não ligava a população a um outro transporte que pudesse garantir a continuidade da sua movimentação”, reforçou.Outro alerta feito por Kleber Rosa diz respeito ao impacto ambiental da obra na região do Parque São Bartolomeu.”Temos que pensar também no impacto ambiental, existem grupos ambientalistas prevendo um impacto muito forte naquela região de preservação ambiental daquela região do São Bartolomeu. Acho delicado a Prefeitura insistir no seu método de gestão, que é impor um modelo de cidade, com tantas intervenções profundas na cidade sem discutir com a população. É lamentável nesse aspecto”, destacou Kleber ao falar sobre o assunto.Previsto para ser entregue em 2028, o teleférico deve contar com 89 cabines, inicialmente, com capacidade para 12 passageiros cada. Para tirar a ideia do papel, a Prefeitura solicitou o financiamento de R$ 728 milhões junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF).
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