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Saúde públicaO secretário salienta que cuidar do ar que respiramos é fundamental para a saúde pública e para o bem-estar de todos. “A ideia é usar os resultados deste monitoramento para, cada vez mais, tomar decisões informadas e criar uma festa que, além de ser alegre e vibrante, também seja responsável e sustentável. O Observatório do Clima é mais um passo em nossa busca por soluções que promovam um futuro mais saudável para Salvador e seus cidadãos”, diz.Esta é também uma iniciativa do Grupo de Trabalho C40 para Qualidade do Ar em Salvador, que integra a rede C40 de Cidades para liderança do Clima, na qual Salvador é cidade signatária de Ar Limpo. A iniciativa conta com o apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), Defesa Civil de Salvador (Codesal) e das secretarias de Articulação Comunitária e Prefeituras-Bairro (SACPB), de Mobilidade (Semob), de Ordem Pública (Semop), de Cultura e Turismo (Secult), de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) e da Saúde (SMS).
| Foto: Divulgação
MonitoramentoOs equipamentos do Observatório do Clima irão medir tanto os gases como as partículas presentes no ar. O grupo de pesquisa responsável pelas observações registrará os dados numéricos coletados, de maneira isolada, e também fará uma interpretação desses dados com base nos Índices de Qualidade do Ar estabelecidos pela legislação, indicando se o ar está bom, regular, moderado ou em alerta para a saúde das pessoas. Essa indicação será ilustrada por cores.“Temos um estatuto de festas populares em Salvador que estabelece algumas regras e uma delas refere-se ao monitoramento das fontes emissoras de poluição do ar durante esses eventos, inclusive esse item no decreto foi fruto dos nossos estudos. Com esse projeto, nós já estamos atendendo a esse estatuto de festas populares. É importante medir isso, especialmente, para poder controlar riscos para a saúde e ambiente, além de fornecer dados que possam ser usados futuramente no planejamento dessa festa no sentido mais sustentável possível. A partir do momento em que conhecemos o tipo de poluição e como ela está sendo gerada, podemos propor políticas para a mitigação, reduzindo a exposição direta aos poluentes e também a redução dos gases de efeito estufa”, conta Nelzair Vianna, pesquisadora em Saúde Pública da Fiocruz, coordenadora do projeto e representante da capital baiana no GT do C40, além de fiscal da Vigilância Sanitária de Salvador.Ventilação adequadaSegundo ela, a partir das informações coletadas será possível pensar, por exemplo, em como melhorar a ventilação do circuito, reduzindo a concentração de poluição; sugerir que nos próximos carnavais os trios elétricos possam utilizar uma matriz energética mais limpa, a exemplo do biodiesel que, para os pesquisadores, representa um começo, pois o desejo é que os trios sejam literalmente elétricos; além de fazer um melhor planejamento sobre onde instalar os geradores na avenida, considerando a ventilação e o fluxo dos ventos.“Uma das coisas que veremos com esse monitoramento é a direção da poluição. A análise dos dados permitirá, por exemplo, verificar pela rosa dos ventos de onde está vindo a poluição. Isso pode ser importante para planejar a ventilação adequada da festa, para que essa poluição seja dissipada e cada vez mais reduzida”, complementa.AçõesEssa é mais uma ação da Prefeitura de Salvador, somada a iniciativas já realizadas anualmente para a promoção da sustentabilidade durante o Carnaval. Desde 2013, o município premia trios, blocos e camarotes que conseguem integrar questões sociais, energéticas, econômicas e ambientais, com iniciativas como a utilização de matriz energética mais limpa, a exemplo de combustível verde S50 no trio e no carro de apoio, de lâmpadas ecoeficientes, da decoração de espaços com materiais recicláveis, entre outras.No ano passado, a Secis desenvolveu várias ações de incentivo à sustentabilidade, durante a folia. Ao longo da festa, o órgão promoveu uma homenagem à empresária e investidora Monique Evelle, com a entrega do título de Embaixadora Sustentável do Carnaval de Salvador, devido aos projetos de impacto social positivo que ela desenvolve, beneficiando vários jovens e promovendo a sustentabilidade.Também foram realizadas campanhas de proteção ao Parque Marinho da Barra e de não abandono dos animais no Carnaval; apoio na fiscalização das centrais das cooperativas de catadores e monitoramento de ações de ESG (Ambiental, Social e Governança, em português) em blocos, trios, camarotes, secretarias da administração municipal e patrocinadores. As ações fazem parte do projeto Carnaval Sustentável, que tem como objetivo aproximar a festa dos ideais de sustentabilidade, resiliência e circularidade.