Fila da angústia: 6 mil crianças esperam por consulta com neuropediatra em Natal

O vereador Daniel Santiago (PP) denunciou a crise no atendimento de neuropediatria em Natal e a dificuldade das famílias atípicas em conseguir assistência médica adequada para crianças com autismo e outras deficiências. Segundo o parlamentar, há uma fila de espera de aproximadamente 6 mil crianças aguardando consulta com neuropediatra pelo SUS.

“Tem muitas crianças que ainda não têm o laudo, justamente porque esbarra na falha do sistema de saúde”, afirmou Santiago, em entrevista à Rádio Mix FM. Ele destacou que, sem diagnóstico formal, crianças com transtorno do espectro autista (TEA) ou outras condições não têm acesso a direitos fundamentais, como professores auxiliares em sala de aula. “Infelizmente, crianças sem laudo não têm direito ao professor auxiliar.”

A ausência de neuropediatras na rede pública foi um dos principais pontos abordados pelo vereador. “Hoje, pelo SUS, Natal só tem um neuropediatra. Se não fizer uma parceria público-privada, não vai resolver esse problema.” Ele cobrou medidas urgentes da Secretaria de Saúde para ampliar a oferta de consultas e exames que permitam a realização do diagnóstico de crianças com necessidades especiais.

Além da falta de especialistas, Santiago apontou a dificuldade das mães em conseguir terapias após a obtenção do laudo. “Quando conseguem a consulta, começa uma nova maratona para conseguir as terapias.” Ele reforçou que a ausência desse suporte tem impactos diretos na qualidade de vida das famílias e que há um compromisso da bancada governista na Câmara Municipal para pressionar a gestão municipal por soluções.

O vereador mencionou que esteve reunido recentemente com o secretário de Saúde, Geraldo Pinho, e que a gestão reconhece a gravidade do problema. “Ele sabe do problema que está enfrentando, mas é competente. Se Deus quiser, vai ser resolvida essa questão.”

Por fim, Santiago também mencionou que levou o tema ao prefeito Paulinho Freire (União Brasil) e que há promessa de priorizar essa demanda. “Voltei a bater na ferida, voltei a bater na tecla, cobrando ao prefeito Paulinho, e ele disse que vai ser prioridade da gestão dele resolver essa questão, diminuir o impacto.”

A crise na neuropediatria é parte de um problema mais amplo na saúde pública da capital potiguar. O vereador alertou que, sem mudanças estruturais e reforço na contratação de profissionais, o cenário pode se agravar. “A saúde é um problema no Brasil todo, mas a gente não pode se prender à narrativa de que sempre foi assim. Temos que fazer as coisas funcionarem.”

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