Nova tecnologia reduz dor na luta contra o câncer

Valdete Barbosa experimentou a tecnologia e passou os momentos do tratamento contemplando uma praia

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Fábio Nunes/AT

Ser diagnosticado com câncer é sentir o chão desaparecer, como descrevem pacientes. O tratamento é longo e a cada gota de medicação que vai entrando na corrente sanguínea durante as sessões de quimioterapia vem a esperança.Esse processo, no entanto, é doloroso para muitos tanto no aspecto físico quanto psicológico. Mas uma nova tecnologia oferecida pelo Hospital Santa Rita, em Vitória, aos seus pacientes oncológicos que são tratados via Sistema Único de Saúde (SUS) está trazendo alívio.O lançamento da ferramenta de tecnologia de Realidade Virtual – nome dado ao Projeto – foi ontem. Pioneira no Estado, essa iniciativa vai contemplar mais de 3 mil pessoas atendidas via SUS no Hospital.Utilizando óculos 3D, os pacientes vivem uma experiência terapêutica imersiva, promovendo bem-estar e alívio durante o tratamento, segundo o cirurgião oncológico e diretor clínico do Hospital, Luiz Augusto de Castro Fagundes.“A imersão em realidades virtuais pode reduzir níveis de estresse e ansiedade, aliviando também dores relacionadas ao tratamento. A distração proporcionada pelo ambiente virtual favorece a produção de endorfina, hormônio do bem-estar, que contribui para a melhoria da qualidade de vida”, disse o diretor clínico.As “viagens” levam os pacientes a Sidney, na Austrália; Londres, na Inglaterra; Dubai e Salvador (BA). Há aventuras também, a exemplo do autódromo F1, em Londres, montanha-russa e outras.Para quem prefere relaxamento, poderá “viajar” por praia, floresta, cachoeira ou natureza. Que tal conhecer o Coliseu, em Roma, na Itália, e o Museu do Louvre, em Paris, França? Ao todo, são 19 opções de vídeos e a escolha do que será exibido fica a critério do próprio paciente.No hospital, pacientes submetidos à quimioterapia e outros procedimentos invasivos relataram uma sensível diminuição da percepção de dor e desconforto ao utilizarem o equipamento. Nos exemplos, a doméstica Valdete Santos Barbosa, 56 anos, diagnosticada com câncer no intestino em agosto de 2024.“Quando recebi o diagnóstico parecia que o mundo acabava ali. Estou na 9ª sessão e vou fazer 12 até abril. Na hora da punção na quimioterapia dói. Hoje (ontem), testei a nova tecnologia. Escolhi a praia e gostei muito. Tive a sensação de que os meus pés estavam molhados. A impressão é que a gente não está aqui (hospital) ”.As reações dos pacientes “Que maneiro! Estou vendo um coqueiro e a praia ao fundo. Agora eu vou para a Disney (EUA). Que incrível!”. Essa foi a reação da dona de casa Andreia do Carmo Nunes Lameira, 42 anos, ao ver as imagens virtuais durante uma sessão de quimioterapia, enquanto era orientada pela técnica de enfermagem Gisele Soares.

Andreia do Carmo também experimentou o equipamento durante atendimento no hospital

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Kaddja Fernandes/AT

Ela contou que recebeu o diagnóstico de câncer de mama no dia do seu aniversário: 16/07/2024, mas segue firme no tratamento.Em dezembro do ano passado, o dentista Gilberto Candido Alves Junior, 36 anos, foi submetido a uma cirurgia de emergência para retirada de um tumor e em janeiro recebeu o diagnóstico de câncer no intestino.

O dentista Gilberto Candido foi o primeiro a testar os óculos virtuais

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Kaddja Fernandes/AT

Ele foi o primeiro paciente a testar a nova ferramenta virtual. “Os óculos são sensacionais! Estava sentado para receber a medicação, mas, ao mesmo tempo, era como se estivesse na praia, curtindo um pôr do sol. Os óculos proporcionam uma experiência humanizada.”

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