Novas medidas são tomadas após caso de abuso em abrigo

O secretário municipal de Assistência Social (Semas), Neil Armstrong, confirma que uma criança de apenas cinco anos de idade foi abusada sexualmente no Abrigo Esperança, em Parauapebas. Os suspeitos de terem praticado a agressão são dois adolescentes, com idades de 12 anos e 13 anos, que estavam acolhidos, entretanto, já foram encaminhados a um centro de internação na cidade de Marabá.

Durante a coletiva de Imprensa realizada nesta sexta-feira (7), convocada pelo secretário, Neil também informou, que os seis servidores que atuavam como cuidadores quando o fato ocorreu foram afastados.

O secretário destacou não estar acusando ninguém, e que as responsabilidades ficarão a cargo do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e da polícia, mas que medidas urgentes precisavam ser tomadas em virtude da gravidade do fato.

Neil, apontou que um dos fatores que contribuíram para o problema tenha ocorrido no Abrigo é devido a superlotação do lugar. A instituição com capacidade para receber 20 acolhidos, atualmente está com 46 internos, e já chegou a receber até 60 crianças e adolescentes.

“Isso é uma bomba que a qualquer hora ia estourar e estourou. Só que antes não era divulgado e agora a imprensa toda está sabendo, e ainda bem que está sabendo porque a partir de agora também vocês vão poder acompanhar a evolução e a resolubilidade desses problemas”, disse, ele.

O secretário foi enfático ao citar estar há “23 dias úteis de trabalho” a frente da pasta, e que esses problemas acontecem há muitos anos, “os abusos aconteciam, as drogas aconteciam, e a gestão (anterior) não fazia absolutamente nada. Neil citou que a coordenação do Abrigo já havia pedido em anos anteriores providências referentes a superlotação e a necessidade de ter uma nova unidade de acolhimento.

Ressaltou ainda, que em janeiro deste, já sob nova gestão no Executivo, houve uma reunião entre a Semas, o MPPA, a Secretaria Municipal de Obras (Semob) e Secretaria Municipal de Segurança Institucional e Defesa do Cidadão (Semsi) e, desde então, essas secretarias estão realizando estudos técnicos e financeiros para sanar a problemática do acolhimento que já vinham acontecendo no decorrer dos anos e garantir um espaço seguro aos acolhidos.

As novas ações estavam previstas para serem executadas nos próximos 30 dias, mas “infelizmente uma criança foi abusada sexualmente por dois adolescentes dentro do acolhimento esperança, essa criança recebeu o apoio necessário de todos”, descreveu, Neil.

“Como conselheiro tutelar, como pai, digo que realmente eu estou indignado com a situação”, mas esclarece que todas as medidas foram tomadas. O fato foi comunicado ao Conselho Tutelar e à Polícia Civil, o exame de corpo de delito foi realizado na vítima. Segundo o secretário, por ainda estar em período de flagrante, foi possível fazer a retirada dos adolescentes que cometeram o ato infracional, que permanecerem na sede da Deaca até serem encaminhados a Marabá.

Novas medidas

O secretário anunciou que o abrigo ganhará uma segunda unidade, sem divulgar a data, especificou que dessa vez crianças e adolescentes serão separados.

Enquanto a divisão não acontece, o secretário informou ter colocado um novo gerente específico para cuidar dos “adolescentes e um gerente para cuidar das crianças, então, são dois gerentes”.

Outra denúncia confirmada pelo secretário é que parte dos acolhidos de fato fazem uso de entorpecentes, eles conseguiam ter acesso a droga após pularem o muro que tinha um buraco, mas que já foi fechado.

Fato esse que contribuiu para que outra medida fosse tomada, a Guarda Municipal atuará em um plano de segurança imediata. Neil, cita que não deveria ser esse o caso, por não se tratar de um presídio, e sim de um acolhimento onde há crianças e adolescente, no entanto, “considerando a necessidade urgente que chegou no acolhimento, nós precisamos tomar medidas urgentes e de emergência”.

Uma empresa de segurança também será contratada nos próximos 40 dias para dar segurança aos cuidadores. Além de já terem iniciado uma reforma na estrutura física do local, como melhoria na cerca elétrica, câmeras de segurança e na iluminação externa.

RELEMBRE O CASO

Na terça, a mãe da criança informou que esteve no abrigo na segunda-feira (3), dia de visitação, mas foi impedida, sem qualquer justificativa, de ver o filho. À noite, por volta das 19 horas, ela recebeu o telefonema de uma pessoa relatando que a criança teria sofrido a violência.

A mãe acrescentou ter reparado sinais estranhos durante visitas anteriores à criança. De acordo com ela, o menino frequentemente apresentava marcas roxas e de mordidas pelo corpo. “Uma vez cheguei para visitar e meu filho de cinco anos falou: ‘os meninos me bateram e me deram maconha’”, relatou.

Assustada, ela diz ter procurado os responsáveis pelo abrigo, que teriam se limitado a dizer que desconheciam a denúncia feita pela criança.

(Theíza Cristhine)

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