50 anos do desaparecimento de Jayme Miranda

Acontece nesta terça-feira, às 19 horas, na sede da OAB-Alagoas, em Maceió, um ato em memória dos 50 anos do desaparecimento do jornalista e advogado Jayme Amorim de Miranda, organizado pelo Comitê Memória, Verdade e Justiça de Alagoas.

Segundo o portal “082notícias”, Jayme Amorim de Miranda foi uma das principais lideranças da esquerda alagoana nas décadas de 1950 e 1960. Ele foi o diretor-responsável do semanário A Voz do Povo, órgão oficial do PCB em Alagoas, fundado em 1º de maio de 1946 e destruído pela polícia no dia 1º de abril de 1964, no auge do golpe militar.

“Formado pela Faculdade de Direito de Alagoas e inscrito na OAB, trabalhou na Cooperativa dos Usineiros de Alagoas e iniciou suas atividades na imprensa alagoana como revisor do Jornal de Alagoas, órgão dos Diários Associados, e do vespertino A Notícia, ambos extintos”, acrescenta o portal sobre o então secretário-geral do PCB em Alagoas.

Preso nesse mesmo 1º de abril de 1964, passou um período encarcerado em Maceió até fevereiro de 1965, quando fugiu de Alagoas e, em 4 de fevereiro de 1975, foi sequestrado no Rio de Janeiro pela ditadura militar e levado para São Paulo, onde sofreu torturas por agentes do DOI-CODI.

Jayme Miranda desapareceu misteriosamente, seu corpo jamais foi encontrado, mas certamente foi assassinado por seus algozes. Anos depois, o governo brasileiro o incluiu como desaparecido político, a exemplo de vários outros militantes contrários à ditadura implantada naquela época no Brasil.

Outros alagoanos desaparecidos durante as ditaduras militares do Brasil e do Chile foram o professor Luiz Almeida Araújo, natural de Anadia, e o engenheiro Túlio Roberto Cardoso Quintiliano, nascido em Maceió.

A exemplo de Jayme Amorim de Miranda, suas famílias jamais puderam enterrar  seus mortos.

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