Brasil vai cobrar dos EUA cumprimento de acordo que prevê algemas só em casos excepcionais, mas evitará confronto com Donald Trump

O Brasil vai cobrar dos Estados Unidos o cumprimento do acordo entre os dois países que prevê uso de algemas somente em casos excepcionais, mas evitará qualquer tipo de confronto com o presidente americano Donald Trump.
A ordem é não cair em provocações de Trump, mas pedir esclarecimentos aos EUA sobre os maus-tratos dispensados aos brasileiros deportados.
Na avaliação de diplomatas, romper o acordo de deportação é ruim para os próprios brasileiros. Eles podem ficar presos por imigração ilegal por tempo indefinido. Ou seja, a melhor solução é voltar logo para o Brasil e recomeçar suas vidas.
Foi por isso que a diplomacia brasileira firmou o acordo com os Estados Unidos em 2018, que sofreu ajustes em 2021 prevendo que o uso de algemas seria adotado em casos de necessidade, na hipótese de envolver um imigrante condenado pela prática de crime.
Não era o caso dos 88 brasileiros do voo que causou controvérsia entre os dois países. Nenhum dos imigrantes era condenado por algum tipo de crime nos Estados Unidos. Estavam presos por imigração ilegal.
Entre os diplomatas brasileiros, o Brasil adota o caminho certo ao reconhecer que os Estados Unidos têm soberania nas suas leis migratórias e que podem deportar os que estão ilegalmente em solo norte-americano.
Uma postura diferente da adotada inicialmente pelo presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que chegou a proibir o pouso de um avião vindo dos EUA com colombianos presos por imigração ilegal.
A decisão de Petro gerou uma batalha entre ele e Donald Trump. O americano adotou represálias, entre elas fim de concessão de visto para autoridades colombianas e aplicação de tarifa extra de 25% na importação de produtos da Colômbia.
Petro reagiu no mesmo tom, mas acabou sendo obrigado a recuar, o que acabou sendo uma derrota para o colombiano.
– Esta reportagem está em atualização
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