‘Apoio do Nordeste a Lula em 2026 não está garantido’, afirma Fátima Bezerra

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), afirmou que o apoio do Nordeste ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026 não está garantido e dependerá de ações concretas do governo na região. Segundo ela, o presidente e seus ministros precisam intensificar a presença no Nordeste e entregar obras estratégicas para fortalecer a base eleitoral.

“O governo tem que se fazer mais presente exatamente aqui no Nordeste. Não só Lula, mas também os ministros”, disse Fátima em entrevista ao Jornal O Globo.

A governadora afirmou que conversou com o presidente e citou obras de infraestrutura e segurança hídrica como fundamentais para a região, destacando a barragem de Oiticica, que deve ser concluída até março, e a transposição do Rio São Francisco, prevista para o início de 2026.

“O presidente Lula concluirá 100% do projeto de transposição das águas do São Francisco. Ele tem mais é que vir ao Nordeste, prestar contas do que fez, faz e ainda fará. Eu disse ao presidente que ele deve estar mais presente. E agora é a hora para isso.  Os ministros também. É um momento de virada de chave, de iniciar a colheita”, disse.

A pesquisa Quaest, divulgada recentemente, apontou queda na aprovação do governo federal, com destaque para o Nordeste, onde o índice caiu oito pontos percentuais. Fátima minimizou o resultado, classificando-o como “uma fotografia em um dia nublado”, e atribuiu a queda a fatores pontuais, como inflação de alimentos e polêmicas envolvendo o Pix.

Sobre o cenário eleitoral, a governadora afirmou que a direita no Brasil se fortaleceu e que o campo progressista precisará ampliar alianças. “Tem que fazer aliança, continuar fazendo e ampliando. O compromisso com a defesa da democracia não é tarefa apenas para um partido. Tenho aqui a missão no Rio Grande do Norte de reunir esse conjunto de partidos para que a gente tenha frente ampla conectada com a frente a nível nacional e não permitir retrocesso”, ressaltou.

Fátima descartou a possibilidade de uma chapa “puro sangue”, com o PT ocupando também a vice-presidência, e reforçou a necessidade de alianças para 2026. Na entrevista, a governadora citou o exemplo de “avanço” da esquerda na disputa pela prefeitura do Natal em 2024.

“A gente ganhava no Estado, mas fazia 28 anos que o PT não ia para o segundo turno em Natal. Diziam que a candidatura de Natália Bonavides era só para marcar presença. Tivemos uma derrota eleitoral, mas uma vitória política. E Natália saiu fortalecida inclusive dentro desse movimento de renovação que o PT está precisando”, afirmou.

A governadora também comentou a atuação do Consórcio Nordeste no diálogo com o governo federal e cobrou mais avanços em projetos como o Fundo da Caatinga e investimentos em energias renováveis. “O Nordeste tem um potencial enorme para inovação energética, e queremos mais do que vender energia para fora. Precisamos de fábricas aqui”, concluiu.

Com informações do jornal O Globo

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