Saiba quais os profissionais mais procurados no mercado

Um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indica que este é um bom momento para quem tem formação técnica se recolocar no mercado formal de trabalho. Com os menores níveis de desemprego da série histórica pesquisada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o cenário do mercado de trabalho é de escassez de mão de obra qualificada, com registro acima de 35%, fazendo com que os setores elevem os salários iniciais na busca por profissionais para as vagas abertas.Para chegar ao percentual, a entidade considerou 203 profissões mais representativas do mercado formal e confirmou a tendência – observada desde o fim da pandemia – de falta de trabalhadores qualificados. O estudo considerou os dados de 12 meses encerrados em outubro de 2024.O setor de serviços foi o que sinalizou as maiores altas dos salários de contratação. No período, o aumento para o cargo de técnico em secretariado foi de 17,3%, enquanto o de professor de nível superior na educação infantil (de 4 a 6 anos) foi de 14,6%. As duas ocupações lideram o ranking de aumento salarial entre as principais profissões com indícios de escassez. Para efeitos comparativos, em relação a outubro de 2023, o salário médio de admissão no País subiu 5,75% (1,2% em termos reais).“Com o mercado de trabalho registrando nível de desemprego histórico, em 6,4%, este impacto já era esperado. A taxa de crescimento da economia superou as expectativas na primeira metade do ano, e o crescimento do PIB contribui para este fenômeno, assim como outros fatores, como a redução da população na força de trabalho”, afirma o presidente do Sistema CNC/Sesc/Senac, José Roberto Tadros.Conforme o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes, a falta de profissionais tem sido observada em momentos de crescimento econômico, especialmente após 2020, quando mais vagas foram abertas com o mercado em expansão. “O aumento salarial inicial é consequência direta da disputa entre empresas por mão de obra qualificada”, explica Fabio Bentes. Em momentos de retração da economia brasileira, ocorre o inverso. Segundo o economista, com menos oportunidades de trabalho e aumento salarial, a escassez de profissionais chega a zero.De acordo com dados do IBGE, o terceiro trimestre de 2024 fechou com 62,4% de participação da força de trabalho em relação à população total do País, enquanto no período pré-pandemia atingiu 63,6%. A diferença percentual representa 3 milhões de pessoas a menos à procura de emprego.Que saber mais notícias do Brasil? Acesse nosso canal no WhatsappO estudo da CNC ainda chama a atenção para outras profissões do setor de serviços que receberam destaque por conta da sobra de vagas em relação à quantidade de profissionais disponíveis. São os casos dos cargos de técnico de enfermagem, que teve 10,6% de acréscimo no salário inicial; de técnico de vendas, com aumento de 9,5% na hora da contratação; de professor de nível superior na educação infantil (0 a 3 anos), com valor 9,2% maior; de fisioterapeuta geral, com aumento de 8,6%; de zelador de edifício, com 8,3%; e de auxiliar de pessoal, com 8,3%.E o que fazer para não ficar para trás?O presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos Seccional Pará (ABRH-PA), Júnior Lopes, ressalta que é fundamental os profissionais buscarem sempre o desenvolvimento pessoal e profissional para estarem aptos aos cargos que desejam ocupar. “Atualmente, vemos as empresas mais tecnológicas e é fundamental o colaborador buscar novas competências e habilidades para não ficar para trás”.Júnior Lopes explica ainda que as empresas precisam investir mais em programas de desenvolvimento e capacitação para melhor deixar os profissionais preparados quanto às necessidades do mercado. Além disso, o presidente da ABRH-PA destaca, ainda, que o próprio colaborador também deve buscar sempre o autodesenvolvimento, procurando conhecimentos e qualificações que a empresa não fornece.Para quem deseja voltar ao mercado de trabalho, Júnior Lopes recomenda ao candidato pesquisar informações sobre a vaga, o cargo e quais competências esta vaga exige. “Por exemplo, se a pessoa vai se candidatar a uma vaga de motorista, é importante a pessoa estar com a CNH em dia e sem problemas. Este é um exemplo prático para visualizarmos como é importante estarmos atentos às necessidades e exigências dos cargos”.Cursos como relacionamento interpessoal e comunicação assertiva também contribuem para a qualificação profissional e pessoal, de acordo com Júnior Lopes. O especialista recomenda, também, o desenvolvimento de habilidades muito importantes para as empresas, como gestão de conflitos, tomada de decisões, proatividade, pensamento estratégico e facilidade para lidar com dados.O currículo também deve ter atenção especial, sempre atualizado e divulgado em plataformas profissionais online, como o LinkedIn, que conecta profissionais, empresas e instituições. “O mercado está cheio de oportunidades, mas é importante estar qualificado para não perder a oportunidade de se recolocar no mercado de trabalho”. Júnior Lopes recomenda, ainda, que o profissional mantenha boas relações pessoais para estabelecer um bom network, o que pode ajudar na busca por novas oportunidades de emprego.As 25 profissões com escassez de mão de obra  Professor de Nível Superior na Educação Infantil (4 a 6 anos) Técnico em Manutenção de Máquinas Mecânico de Manutenção de Máquinas, em Geral Técnico de Enfermagem Caldeireiro (Chapas de Ferro e Aço) Técnico de Vendas Soldador Trabalhador Volante da Agricultura Professor de Nível Superior na Educação Infantil (Zero a Três Anos) Tecnólogo em Logística de Transporte Porteiro de Locais de Diversão Vendedor Pracista Montador de Veículos (Linha de Montagem) Fisioterapeuta Geral Embalador ( Máquina) Mecânico de Veículos Automotores a Diesel (Exceto Tratores) Trabalhador no Cultivo de Árvores Frutíferas  Zelador de Edifício Auxiliar de Pessoal Montador de Andaimes (Edificações) Professor de Nível Superior do Ensino Fundamental (1ª a 4ª série) Embalador (à Mão)
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