Espírito Santo fecha 2024 com menor número de homicídios em 28 anos

O Espírito Santo registrou, em 2024, o menor número de homicídios dolosos desde 1996, quando teve início a série histórica. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), foram contabilizados ao longo do ano, até esta segunda-feira (30), 845 assassinatos em todo o Estado. O número representa uma diferença de 13,4% em relação ao ano passado, quando o Espírito Santo já havia registrado a menor quantidade de homicídios da série histórica até então, com 976 ocorrências. Em números absolutos, foram 131 assassinatos a menos em 2024.

Estado registrou, em 2024, a menor quantidade de homicídios desde o início da série histórica, em 1996

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Reprodução/TN1

Este foi o quarto ano consecutivo que o Espírito Santo registrou diminuição no número de homicídios. A última vez que houve alta nesse índice, de um ano para o outro, foi entre 2019 e 2020, quando ele passou de 987 para 1.107.O balanço sobre os dados da segurança pública no Espírito Santo em 2024 foi divulgado nesta segunda-feira, no Palácio Anchieta, pelo governador Renato Casagrande, que disse acreditar que o número não ultrapasse 850. “Pela primeira vez, nós vamos fechar o ano com menos de 900 homicídios”, ressaltou. Casagrande destacou, no entanto, que não se pode falar em comemorar os resultados. “Mas é um dado que tem que ser registrado, mostrando que a equipe que a gente está trabalhando em conjunto hoje no Estado está produzindo resultados importantes”, avalia.Além disso, o Estado registrou a menor taxa de homicídios (número de ocorrências em relação à população) da série histórica, com 20,6 assassinatos por 100 mil habitantes. A taxa está abaixo da nacional, que ficou em 22,8 por 100 mil habitantes, segundo o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho.“Pode ser que, pela primeira vez, o Estado tenha um resultado abaixo da média nacional. A gente começou, lá em 2011, com 2 mil homicídios por ano, e estamos chegando em 2024 com 850”, destacou o governador.Ainda sobre os chamados crimes letais intencionais, o Estado também registrou redução no número de lesões corporais seguidas de morte, caindo de 23 para 10 entre 2023 e 2024 (queda de 56,5%). Já a quantidade de latrocínios — roubo seguido de morte — aumentou 21,9%, passando de 32 para 39.Aumento no número de feminicídios no ESSe, por um lado, houve redução na quantidade de mortes violentas intencionais no Espírito Santo, os casos de feminicídio (assassinato de mulheres por razões da condição do sexo feminino) aumentaram 8,6%, passando de 35, no ano passado, para 38 este ano.Renato Casagrande destacou a criação da Companhia Independente de Prevenção à Violência Doméstica e Proteção da Mulher e da 6ª Companhia do 1º Batalhão de Polícia Militar, em Vitória, entre outras medidas, para reduzir os números.“Criamos agora a Companhia Independente da Mulher, vai ter uma estrutura na Polícia Civil também fortalecida para isso. Tem um trabalho de educação na Polícia Civil, na Polícia Militar, Secretaria de Mulheres, com os grupos Margaridas, na Secretaria de Direitos Humanos, da Atenção Social”.O secretário de Estado da Segurança Pública, Leonardo Damasceno, observa que, este ano, foram realizadas 1.217 prisões de indivíduos acusados de homicídio. “É uma redução importante da impunidade, fazer valer a decisão, fazer valer a justiça criminal, no prazo de prisão. Nós prendemos mais do que a quantidade de homicídios”, ressaltou.Mais pistolas e fuzis apreendidos no ESOutro dado apresentado nesta segunda-feira no balanço de 2024 da segurança pública no Espírito Santo foi a quantidade de armas apreendidas ao longo do ano. Em todo o Estado, foram tiradas de circulação 3.770 armas de fogo, responsáveis atualmente por 78% dos homicídios praticados.“A apreensão de armas ilegais é uma estratégia muito importante. Quando a gente tira armas ilegais de circulação, nós estamos também levando mais segurança para a nossa população”, afirmou Leonardo Damasceno.

Fuzil apreendido pela polícia: ao todo, 20 armas de alto poder destrutivo foram retiradas das mãos de criminosos ao longo do ano no Estado

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Divulgação / Secretaria de Segurança Pùblica de Alagoas

Pelo segundo ano seguido, as apreensões de armas no Estado mantiveram uma mudança de tendência, com mais pistolas do que revólveres sendo tiradas de circulação, além da apreensão de armas de calibre elevado.Em 2024, foram apreendidos 18 fuzis e duas carabinas calibre 556 (mesma munição de fuzil), totalizando 20 armas de alto poder destrutivo. No ano anterior, foram 19 fuzis apreendidos.”Daí a importância desse monitoramento, desse sentido do estado de atenção de armas de fogo. Isso também ajuda a explicar a nossa redução de homicídios”, avalia o secretário.

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