Thabatta estreia como vereadora de Natal e projeta candidatura a deputada em 2026

A vereadora Thabatta Pimenta (PSOL) tomou posse em 1º de janeiro sendo não somente a mulher mais votada para a Câmara de Natal, mas também a primeira trans a ocupar este espaço. A parlamentar diz que terá como algumas prioridades de atuação o apoio à comunidade LGBTQIA+, mas também a pauta da pessoa com deficiência. Já projeta, ainda, uma pré-candidatura a deputada em 2026.

Antes de chegar a Natal, Thabatta foi vereadora por um mandato no município de Carnaúba dos Dantas, no interior potiguar. “Essa mandata vem para mostrar mais uma vez como é fazer política, agora com uma estrutura de capital”, aponta.

“A maioria das pessoas do meu gabinete são trans e travestis, para não só verem aquela pessoa trans no plenário. Existem outras pessoas que ali estão e são travestis, mostrando que são capazes também”, diz.

Já o contato com a pauta das pessoas com deficiência vem da relação com seu irmão, Ryan, que é PcD e cadeirante. Costumeiramente ela o trata como filho, após a morte da mãe e de outro irmão. Por isso, quer ser uma parlamentar ativa na Câmara Municipal, e já solicitou a participação em Comissões importantes para suas bandeiras.

“A gente já solicitou nossa entrada na Comissão da Pessoa com Deficiência da Câmara, porque esses anos eu creio que muita coisa deixaram passar, e a gente vai fazer uma defesa muito grande em relação às pessoas com deficiência, mas também a todas as ‘minorias’, porque a gente também solicitou a entrada na Comissão dos Direitos Humanos. E a gente precisa, com urgência, defender todos esses povos. Então, eu, enquanto um público vulnerabilizado na sociedade, chegando à Câmara como a primeira a ocupar aquele espaço, um espaço que por muitos anos nem outras pessoas trans e travestis poderiam entrar ali, chego para dizer que sou uma mãe atípica, eu sou uma mulher trans e travesti, e estarei ali me colocando pelo que eu sou, pelo que meu filho é, mas principalmente por todas as pessoas que não têm voz e vez”, destaca.

Filiada ao PSOL desde o ano passado, após passagens por PSDB, PROS e PSB, ela também quer colocar as pautas da classe trabalhadora no centro do debate e fala do apoio às lutas contra o aumento da tarifa de ônibus e pelos pagamentos dos estagiários da educação.

“A nossa mandata já está se articulando com os movimentos sindicais, com a classe trabalhadora como um todo, os estudantes, tendo em vista que empresas que dão suporte à gestão municipal não estão pagando não só os salários delas, mas isso aí de vários trabalhadores, de várias empresas. A gente viu o exemplo dos estagiários da educação, mas há outros servidores em vários aspectos que também estão sem receber. Então a gente colocou o nosso corpo jurídico à disposição dessas pessoas para saber e mapear quem são elas que estão há tantos meses sem receber, para fazer uma defesa mais ativa da classe trabalhadora. Também pensando nessa questão do transporte público, do aumento que a gestão trouxe à tona, e isso impacta não só a classe trabalhadora, mas os estudantes, todas as zonas de Natal, então a gente está se colocando ali e dizendo que a gente está por todas as pessoas”, afirma.

No ano passado, Pimenta chegou a considerar ser candidata à presidência da Câmara Municipal. A oposição, contudo, não apresentou nenhum nome e Eriko Jácome (PP) foi eleito sem enfrentar ninguém.

“Quando eu fui convidada a dar entrevista, inclusive à SAIBA MAIS, eu fui perguntada se a oposição ia lançar uma candidatura à presidência da Câmara. E eu disse que se a oposição estivesse precisando de um nome, o meu nome estava à disposição. Mas não houve conversa, não houve articulação nenhuma. E por isso que eu não me candidatei, porque não teve nenhuma conversa da bancada de oposição nesse sentido. O que eu estava colocando era o meu nome à disposição, que é necessário sempre a gente se colocar. Mas como não houve conversa, só estive ali e estarei em defesa das pessoas, sendo oposição a tudo que não for direito delas”, explica.

2026

Em 2022, a vereadora de Natal foi candidata a deputada federal pela primeira vez, tendo recebido 40.533 votos. Para o ano que vem, conta que já comunicou ao PSOL que ser se lançar novamente.

“A gente está vendo que internacionalmente o mundo tem um alvo e esse alvo são as pessoas trans e travestis. Inclusive, a gente participou da ‘Marsha’ Trans em Brasília, onde a minha amiga Erika Hilton [deputada federal pelo PSOL-SP] já foi muito assertiva dizendo e reconhecendo a nossa liderança para além de ser uma mulher trans e travesti, dizendo que nos quer na Câmara Federal. E eu já coloquei para o partido que a nossa pré-candidatura a deputada federal está sendo construída, sim, a partir dessa necessidade de representatividade de luta que pessoas se coloquem realmente em defesa de todas as pessoas”, explica.

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