Perda muscular silenciosa ameaça a saúde de milhões de brasileiros, alerta médico potiguar

A sarcopenia, doença caracterizada pela perda gradual de massa muscular, força e função, afeta milhões de brasileiros, especialmente a partir dos 60 anos. De acordo com estudos, cerca de 20% das pessoas acima de 70 anos e até 50% dos idosos com 80 anos apresentam a condição. Os impactos vão além da fraqueza muscular. A doença aumenta significativamente o risco de quedas, complicações hospitalares e até mesmo a redução da expectativa de vida.

Segundo o médico potiguar José Gurgel, a perda muscular começa de forma lenta e gradual, muitas vezes passando despercebida. No entanto, os efeitos da sarcopenia podem ser devastadores, comprometendo a qualidade de vida e a independência das pessoas.

“O exame clínico e os métodos de imagem, como a bioimpedância e a densitometria de corpo inteiro, são instrumentos fundamentais para diagnosticar a sarcopenia”, explicou José Gurgel, que possui mais de 30 anos de experiência na Medicina e atualmente conduz um estudo sobre a doença na USP, onde analisa diferentes formas de quantificar o problema.

“Isso é um problema mundial. Muitas pessoas chegam aos 60 ou 70 anos sem imaginar quão fracas estão, quão sarcopênicas estão, e isso certamente reduz sua longevidade”, afirmou. O médico alertou que a sarcopenia não deve ser confundida com a desnutrição. “Elas podem coexistir, mas não necessariamente uma pessoa sarcopênica está desnutrida”.

O tratamento da sarcopenia é focado na correção de erros alimentares, muito comuns na população em geral, e na prática de exercícios físicos orientados de acordo com a idade e a condição física da pessoa. Estudos mostram que o treinamento de força pode aumentar a força muscular em até 30% e a massa muscular em até 10% nos idosos, mesmo quando iniciado após os 60 anos.

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