Chineses vão fornecer internet via satélite ao Brasil

O chinês Xi Jinping e Lula se encontraram e fecharam uma série de acordos, inclusive na área de tecnologia

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Wilson Dias/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um acordo com a empresa chinesa SpaceSail, de satélites, que concorre diretamente com a americana Starlink, do bilionário Elon Musk. O documento foi assinado também pelo presidente da China, Xi Jinping, durante visita oficinal de Estado em Brasília, após reunião no Palácio do Alvorada.O memorando de entendimento envolve também a estatal Telebras, que presta serviços de comunicação para a administração pública. Com o acordo, a empresa chinesa poderá fornecer internet via satélite para locais onde não há infraestrutura como cabos e torres de transmissão.Atualmente, o serviço é fornecido para órgãos públicos brasileiros pela Starlink. Porém, Elon Musk protagonizou um embate com autoridades do Brasil, especialmente do Executivo e Judiciário, desrespeitando decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e chamando o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Lula de ditadores.Musk é dono também da plataforma X, antigo Twitter, que ficou bloqueada no Brasil por 38 dias após se recusar a suspender contas que divulgavam conteúdos antidemocráticos e retirar sua representação legal do País, um requisito para que uma rede social possa funcionar por aqui.O bilionário também ocupará um cargo no governo de Donald Trump a partir do ano que vem.Segundo o Ministério das Comunicações, a SpaceSail está desenvolvendo seu serviço de internet de baixa velocidade com satélites de órbita baixa, que concorrerá com a Starlink. A empresa chinesa, atualmente, possui 40 satélites, com expectativa de chegar a 600 para oferecer o serviço.Lula recebeu no Palácio da Alvorada o presidente Xi Jinping e outras autoridades da China.Também estiverem presentes ministros brasileiros, incluindo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o chanceler Mauro Vieira.Os dois líderes assinaram 37 acordos de cooperação em áreas como tecnologia, cultura, agronegócio, comércio e infraestrutura, e ampliaram a parceria diplomática entre os dois países.Mercados abertos no agroLula e Xi Jinping assinaram acordos de abertura de quatro mercados para produtos agropecuários brasileiros. A China deu aval para exportação, pelo Brasil, de farinha de peixe, óleo de peixe e outras proteínas e gorduras derivadas de pescado para ração animal.Os outros três mercados são as autorizações de importação chinesa de sorgo, gergelim e uva fresca. No caso das uvas, deverão ser exportadas frutas majoritariamente de Pernambuco e da Bahia. Pomares, casas de embalagem e instalações de tratamento a frio devem cumprir boas práticas agrícolas.

Uvas frescas: exportação à China

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Divulgação

Considerando a demanda chinesa e a participação do Brasil nesses mercados, o potencial é de US$ 450 milhões por ano, segundo o Ministério da Agricultura.Maior importadora de gergelim do mundo, com 36,2% nas importações globais, a China desembolsou US$ 1,53 bilhão em 2023. O Brasil ocupou a sétima posição nas exportações, representando 5,31% do comércio mundial, e vem aumentando o plantio.A China é o principal importador da farinha de pescado (US$ 2,9 bilhões em 2023). O Brasil registrou 0,79% das exportações mundiais em 2023. No sorgo, a participação brasileira é de 0,29%. A China importou US$ 1,83 bilhão deste produto no ano passado.

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