Café registra altas consecutivas e ameaça bolso dos soteropolitanos

Há alguns meses o café, o ‘menorzinho’ para os baianos e item indispensável no dia a dia dos brasileiros, já está no radar mais rigoroso dos consumidores. Não é para menos. Somente em julho deste ano, o produto registrou uma alta de 1,74% na capital baiana, sendo comercializado a um preço médio de R$ 9,35.O café, que é subgrupo de gêneros alimentícios próprios da refeição matinal do soteropolitano, registrou em julho uma alta de 26,69% no acumulado do ano. No mesmo período em 2023, Salvador registrava uma queda de 0,91%. O cenário de alta também se estendeu para os meses anteriores: em junho, a alta do café chegou a 6,74%, sendo o produto comercializado em média a um preço de R$ 9,19, e em maio, o aumento foi de 9,22%, a um preço médio de R$ 8,65.Os dados fazem parte da Cesta Básica de Salvador, estruturada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) levando em consideração a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e mostram uma preocupação de aumento no custo da cesta básica da família soteropolitana, e principalmente quem trabalha diretamente com o produto.Noelia dos Santos Souza trabalha há 12 anos como vendedora ambulante e se preocupa com a alta do preço do produto que é mais vendido em seu trailer estacionado no bairro Caminhos das Árvores, em Salvador. Caso o preço do café continue aumentando, a vendedora já tem ideia das mudanças que fará a partir deste mês.“Isso não é nada bom porque a gente não pode repassar para o cliente imediatamente e isso acaba sendo prejudicial para nós. Se eu não passar esse valor para os clientes, vou ficar sem lucro. Então eu já penso em reduzir a quantidade de café e o cliente já vai passar a tomar meio copo. Vou continuar pesquisando nos mercados onde encontro mais em conta para poder gerar lucro com o café”, desabafa Noelia.A economista Ana Georgina explica que o aumento recorrente do preço do café está associado ao mercado internacional, devido a problemas na safra no Vietnã – um dos maiores produtores do produto – e à alta do dólar.“O Brasil, como um dos grandes produtores de café, tem exportado mais. Além disso, a desvalorização do real também torna os nossos preços mais atrativos. Então, a gente está exportando devido a isso. É uma questão da redução da oferta internacional, que leva a uma alta de preços, casado com a desvalorização do real, que torna o nosso preço mais baixo”, explica ela.Leia mais>> Cesta básica de Salvador tem redução pela 1ª vez este ano>> Soteropolitano gasta, em média, mais de R$50 para comer fora de casaNos primeiros sete meses deste ano as exportações de café do Vietnã registraram uma queda de 12,4% em relação ao ano anterior, devido à baixa oferta por condições climáticas. O preço do café do Vietnã foi totalmente impactado com o cenário de falta de água e as possíveis condições de seca nas colheitas.A movimentação brusca do dólar também foi fator decisivo para o aumento do produto na cesta básica. Neste primeiro semestre do ano, o dólar câmbio em 2024 registrou uma alta acima de 16% apreensivo com a divulgação de dados econômicos dos EUA. Após a divulgação, o mundo foi surpreendido pelo cenário de queda nas Bolsa de Valores da Europa e da Ásia, com os temores de recessão da economia dos Estados Unidos.
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