Diretor da STTU calcula em R$ 280 milhões prejuízo por interdição na Ponte de Igapó

Um levantamento divulgado na semana passada pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) revelou que a obra da Ponte de Igapó tem causado prejuízos significativos à capital potiguar, estimados em R$ 280 milhões. A quantia, discutida em um processo judicial, refere-se aos impactos na mobilidade urbana devido à instalação de um canteiro de obras sobre a ponte.

Em entrevista nesta segunda-feira 21 ao programa Jornal da 96, da rádio 96 FM, o diretor do Departamento de Planejamento da STTU, Newton Filho, explicou que o processo ingressado pela Procuradoria Geral do Município teve o objetivo de liberar o fluxo sobre a ponte com a remoção do canteiro de obras. Com isso, com o estudo, teve-se o entendimento por parte da prefeitura a não necessidade do canteiro central estar localizado sobre a ponte.

“O perito é muito claro que a logística do canteiro sobre a ponte facilita o andamento da obra, mas ele não era essencial ao funcionamento da obra, que era o que a Prefeitura vinha colocando dentro do processo. Ou seja, esse canteiro poderia ter ficado em outro local ou às margens ou num terreno próximo a ponte ou até mesmo na área cujo a Prefeitura utilizou como canteiro de obra para [avenida] Felizardo Moura”, disse.

Devido à instalação deste canteiro, o diretor ressaltou o impacto econômico gerado a partir do atraso no trânsito na população que utiliza a ponte diariamente. Com base em contadores instalados ao longo da Avenida Felizardo Moura, o estudo apurou que, considerando uma média de 4 pessoas por veículo, cerca de 280 mil pessoas utilizam a ponte todos os dias. Esse aumento no tempo de deslocamento resulta em uma perda de 40 minutos diários – ida e volta – para os motoristas e passageiros.

Dessa forma, Newton Filho comenta que, levando em conta os dados do IBGE, que indicam que 60% da força de trabalho no Brasil recebe um salário mínimo. Com isso, o custo da perda de tempo é estimado em cerca de R$ 18 milhões por mês, o que, se multiplicado pela duração da obra, pode chegar a um valor total de R$ 280 milhões.

O diretor ainda destacou que, em um estudo inicial, o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) encontruo outro local para instalação do canteiro, próximo ao Sesi, na margem direita da Zona Norte.

“Inicialmente, o próprio Dnit considerou essa possibilidade, o que levou ou não a não efetivação disso é o que nós questionamos no processo, o porquê de não ter se considerado isso inicialmente, e a posição do Dnit é que era extremamente necessário que esse canteiro ficasse sobre a obra porque poderia atrasar, porque colocaria em risco a operação da obra”, relatou.

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