RN é o único estado do NE livre da Oropouche; Sesap alerta para cuidados

Dentre os nove estados que formam a região Nordeste, apenas no Rio Grande do Norte não houve registro de casos da febre Oropouche até maio. Os dados do Ministério da Saúde revelam, ainda, que até a semana epidemiológica 21, que vai de 19 a 25 de maio, haviam sido registrados 7.497 casos confirmados da doença em todo o Brasil.

“Realmente, ainda não identificamos o vírus da Oropouche aqui no RN, mas não significa que ele não esteja circulando. Dessa forma, é importante que a população esteja atenta aos sinais e sintomas e busque a unidade de saúde mais próxima, assim como, ter todos os cuidados na prevenção de focos do mosquito Maruim”, alerta Diana Rego, Coordenadora de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap).

Também nesta segunda, a Secretaria de Saúde do Ceará divulgou que investiga um óbito fetal que pode estar associado à febre Oropouche. Até maio, foram registrados 6 casos em Alagoas, 842 na Bahia, 95 no Ceará, 23 no Maranhão, 1 na Paraíba, 109 em Pernambuco, 28 no Piauí e 10 em Sergipe.

No Rio Grande do Norte, as ações de monitoramento foram iniciadas em abril, por meio da vigilância laboratorial, com testagem de amostras que foram negativas para dengue.

Dessa forma, todas as amostras de pessoas sintomáticas foram testadas e não foi identificado o vírus, nesse momento, existe uma sensibilização da assistência para identificar de forma precoce os pacientes sintomáticos para Oropouche”, revela Diana Rego.

No caso Oropouche, os principais sintomas são: febre, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular).

“Outros sintomas como tontura, dor retro ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também são relatados. Em alguns casos, os sintomas podem incluir hemorragias, manifestando-se como petéquias [pequenas manchas marrom-arroxeadas causadas por sangramento sob a pele], epistaxe [sangramento nasal] e sangramento gengival. A infecção pode durar de 2 a 3 semanas. Em situações excepcionais, o OROV [o vírus Oropouche] pode provocar meningite ou encefalite”, esclarece Coordenadora de Vigilância em Saúde da Sesap.

Casos confirmados de febre Oropouche no NE:

Alagoas: 6 casos

Bahia: 842

Ceará: 95

Maranhão: 23

Paraíba: 01

Pernambuco: 109

Rio Grande do Norte: 00

Piauí: 28

Sergipe: 10

Laboratório de Entomologia Médica SEARB/ IEC I Foto: Bruna Lais Sena do Nascimento

O que é?

A palavra ‘arbovirose’ deriva de “arbovírus”, que significa ‘vírus transmitido por artrópodes’. Artrópodes são animais invertebrados com patas articuladas, como os mosquitos e carrapatos. O mosquito Culicoides Paraenses, popularmente conhecido como Maruim, é o principal transmissor do arbovírus Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae, principal causador da febre Oropouche, segundo o Ministério da Saúde (MS).

A doença foi descoberta no Brasil em 1960, segundo o Ministério da Saúde, após análise do sangue de uma preguiça capturada na construção da rodovia Belém-Brasília. Na época, também identificou-se que o mosquito Culex quinquefasciatus, popularmente conhecido como pernilongo ou muriçoca, facilmente encontrado nas cidades, também poderia transmitir a doença.

Cuidados e tratamentos

O período de incubação do vírus pode variar de 3 a 8 dias, com permanência no sangue por 2 a 5 dias após o início dos sintomas e fase aguda durando de 2 a 7 dias. A orientação para tratamento da doença, de acordo com a Sesap, é repouso e cuidados com os sintomas, com acompanhamento médico. 

A principal medida de prevenção é evitar áreas com Maruim, que se reproduzem em locais comuns a outros mosquitos, como áreas úmidas, ricas em matéria orgânica e concentração de lixo.

Para diminuir a proliferação do mosquito, o ideal é eliminar locais onde eles se reproduzem e descansam, como áreas úmidas e ricas em matéria orgânica;  limpeza urbana e saneamento, além do uso de repelentes.

Caso o morador esteja neste tipo de local, a Sesap recomenda uso de roupas que cubram a maior parte do corpo e repelentes nas áreas expostas. Como nos casos de dengue, é preciso manter a casa livre de criadouros de mosquitos e tomar outros cuidados, como uso de óleos à base de citronela, cravo e folhas de neem no ambiente; telas de proteção nas portas e janelas das casas e escolas; e eliminação de matéria orgânica nas imediações das propriedades.

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