Anistia a Maduro nos EUA: jornal indica negociação secreta mas governo norte-americano nega

O Departamento de Estado dos Estados Unidos negou categoricamente ter oferecido anistia ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Em uma declaração feita nesta segunda-feira (12), o vice-porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, afirmou: “Isso não é verdade. Não fizemos nenhuma oferta de anistia a Maduro ou a outros desde esta eleição.” Patel reiterou a posição oficial dos Estados Unidos, enfatizando que agora é o momento para que as partes venezuelanas iniciem discussões sobre uma transição respeitosa e pacífica, em conformidade com a lei eleitoral venezuelana e os desejos do povo venezuelano.

Para muitos, a anistia de Maduro seria a única alternativa viável em meio ao contexto da situação para que tudo ocorra sem maiores conflitos e o mais rápido possível, mas Maduro também não estaria disposto a aceitar.

Essas declarações surgem em meio a reportagens do Wall Street Journal, que indicavam que os Estados Unidos teriam discutido secretamente uma proposta de anistia para que Maduro deixasse o poder em Caracas, após ser oficialmente reeleito pelo Tribunal Supremo da Venezuela. As fontes citadas pelo WSJ sugeriram que a Casa Branca havia colocado diversas opções na mesa, incluindo perdões para Maduro e seus principais aliados, além de garantias de que o governo dos EUA não buscaria a extradição das lideranças chavistas.

Apesar da negativa oficial, o WSJ também destacou que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusa Maduro e outros 14 indivíduos ligados ao seu governo de crimes graves, como tráfico de drogas e narcoterrorismo, oferecendo uma recompensa de US$ 15 milhões por informações que levassem às suas prisões. As negociações, que teriam ocorrido no Catar no ano passado, culminaram na troca de prisioneiros entre os Estados Unidos e a Venezuela, mas Maduro teria se recusado a discutir qualquer acordo que o obrigasse a deixar o poder.

A situação política na Venezuela permanece tensa. Na sexta-feira (9), Nicolás Maduro reafirmou sua oposição a qualquer negociação com os adversários, enquanto ameaçava a líder opositora María Corina Machado com prisão. A oposição, por sua vez, alega que Edmundo González Urrutia venceu as eleições com 67% dos votos, e chegou a obter o reconhecimento do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, como presidente eleito da Venezuela.

Com cinco meses até a posse na Venezuela, o cenário político permanece incerto, especialmente considerando a possível volta de Donald Trump à presidência dos EUA, o que poderia intensificar as sanções contra Maduro, como ocorreu após a contestada reeleição de 2018. No entanto, o vice-porta-voz Vedant Patel ressaltou que a responsabilidade de esclarecer os resultados eleitorais e garantir uma transição pacífica recai sobre Maduro e as autoridades eleitorais da Venezuela, com os Estados Unidos mantendo pressão para que o país retorne a um caminho democrático.


Fonte: CNN G1 e outros portais

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