Ucrânia avança em território russo e já controla 28 distritos

A Ucrânia avança nesta segunda-feira, 12, na sua ofensiva em território russo, na região de Kursk, marcando a primeira incursão ucraniana em solo russo desde o início do conflito. A invasão, que começou na semana passada, resultou no controle de 28 distritos pela força ucraniana em uma área com cerca de 2.000 habitantes. Os militares ucranianos avançaram aproximadamente 12 quilômetros dentro do território russo nesta segunda..

O governador de Kursk, Alexei Smirnov, confirmou que a região afetada, incluindo o distrito de Belovski, viu a evacuação de aproximadamente 11 mil residentes. Belovski, que tinha uma população de cerca de 15 mil pessoas em janeiro de 2022, viu a quase totalidade de seus habitantes deixar a área. O governo local de Kursk declarou estado de emergência e ordenou a retirada dos moradores.

Em resposta, o presidente russo, Vladimir Putin, convocou uma reunião emergencial do Conselho de Segurança e ordenou que as forças russas “espremam” os soldados ucranianos para fora do território. Putin acusou a Ucrânia de usar armas químicas durante a ofensiva, embora Kiev ainda não tenha respondido a essas alegações. Putin afirmou que a Ucrânia busca intimidar a sociedade russa e desestabilizar o país.

No início da semana, cerca de 1.000 soldados ucranianos invadiram a região de Kursk, atacando posições militares russas e criando uma nova frente de batalha fora da Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou a operação, que foi coordenada com o comandante ucraniano Oleksandr Syrskyi. Zelensky destacou que a Ucrânia está demonstrando sua capacidade de combater e pressionar o agressor, rompendo com a prática anterior de não comentar sobre ataques ucranianos em território russo.

A ofensiva ucraniana começou na madrugada de 6 de agosto, com tropas cruzando a fronteira e avançando para o norte de Sudzha, uma importante área de transbordo de gás natural russo para a Europa. O ataque resultou na destruição de vários tanques russos e na rendição de dezenas de soldados russos. Apesar dos esforços russos para controlar a situação, os enfrentamentos continuaram e levaram Putin a ajustar os planos de guerra.

A incursão gerou uma resposta rápida de Moscou, que declarou estado de emergência em Kursk e convocou reservistas adicionais para a região fronteiriça. A Rússia também implementou restrições no espaço aéreo em resposta à situação.

A escalada no conflito indica uma intensificação das hostilidades e possíveis mudanças estratégicas significativas no confronto entre Rússia e Ucrânia, que já dura mais de dois anos e meio.

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