O cigarro eletrônico junta-se aos males do desequilibrado gráfico tendo por vetor o avanço de tecnologias em proporcional seta contrastando ao desespero humano pela incapacidade de fazer escolhas com base nas virtudes.O periclitante contexto vem uma vez mais comprovar o quanto vontade e intelecto são atributos apartados, tornando o usuário das “vapes” ou “pods” refém dos prazeres sensoriais, tal a mistura de “essências” irresistíveis.Alçada a problema de saúde pública, a fumaça cibernética é proibida, e por isso mesmo, a juventude adere convicta ao nocivo costume, muito mais destrutivo comparando-se ao “sem filtro” dos avós. A sensação reconfortante entorpece com variados sabores, em um “blend do mal”.Tal como a maçã envenenada oferecida para adormecer a personagem Branca de Neve, no famoso conto, o produto apresenta-se sedutor, produzindo a dependência química de quem saboreia a primeira “baforada”. A efêmera descarga no sangue e nos pulmões atrai quase 3 milhões de apreciadores, entre os quais 22% de adolescentes, conforme dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipec).Cumprindo a razão de ser de um jornal, ao dizer verdades a quem verdades deve, A TARDE mergulhou nesta névoa química em reportagem de manchete, sinalizando a necessidade de ação rápida dos poderes públicos. O deslumbre com a invenção produz fraude comum a outros recursos desenvolvidos, qual seja, o engano de “atualizar-se”, acompanhando a “nova onda”.A submissão da inteligência natural e dos afetos aos vapores das máquinas sugere investimentos nas ciências humanas, pelas quais se pode aumentar o entendimento destes embates. A aprendizagem de bem-pensar, amparado na lógica e no conhecimento, é a chance de lidar com medusas tecnológicas, exceto se a opção é por não decifrar os enigmas cibernéticos – anúncio iniludível de final dos tempos.
Medusas tecnológicas
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