Melhor do Brasil? Torcida questiona meio de campo do Bahia

Todos os times mais vitoriosos do futebol têm algo em comum: o seu sistema pensante funciona bem. Qual o ‘cérebro’ de uma equipe? O seu meio de campo. Seguindo essa lógica, o Grupo City foi ao mercado no início desta temporada e trouxe para o Tricolor de Aço o meio de campo mais caro do Nordeste — chegaram Éverton Ribeiro, Caio Alexandre e Jean Lucas para jogar junto a outros grandes nomes, como Cauly e Thaciano, que já faziam parte do elenco.Por tempo determinado a ‘meiuca’ do clube baiano funcionou bem, conquistou triunfos importantes contra grandes adversários da Elite e fez brilhar os olhos dos torcedores — os mais empolgados chegaram a defender que, no papel, os atletas formavam o melhor meio com maior qualidade do País. No entanto, desempenhos abaixo em jogos mais recentes colocaram em cheque a eficácia dos jogadores de construção do Esquadrão, sobretudo porque em um curto período o Bahia foi eliminado da Copa do Brasil e se afastou das primeiras posições do Brasileirão.E a queda de aproveitamento pode ser constatado com números. Em alguns momentos no ano, por exemplo, foi Thaciano a ser o artilheiro da equipe. Durante o estadual e a Copa do Nordeste, o ‘coringa’ do técnico Rogério Ceni sempre achava o caminho do gol, mas, no decorrer da Série A, seu faro de gol parece ter perdido força. Para se ter ideia, nos últimos 19 jogos o meia só estufou as redes em uma única partida: ‘ThaciThanos’ (apelido dado carinhosamente pela torcida na boa fase do jogador, em alusão ao personagem da Marvel) marcou duas vezes contra o Grêmio, em Porto Alegre, no dia 17 de agosto.As estatísticas também apontam para uma queda de desempenho de Jean Lucas. Embora o ex-jogador do Santos viva no Tricolor de Aço a sua fase mais goleadora desde de que se profissionalizou (com nove gols marcados, sua taxa de conversão é de 6%), já são treze partidas consecutivas em que o atleta não marca um gol ou dá assistência, o que é o seu maior jejum com a camisa azul, vermelha e branca.Substituído na derrota por 2 a 0 contra o Flamengo no último sábado, Caio Alexandre está há 23 confrontos sem fazer gol. No ano, o jogador fez três ao total e deu quatro passes para tentos de companheiros, mas nenhum desses foi pelo Brasileirão.Para Rogério Ceni, o que pode estar sendo determinante para a diminuição dos números dos meio-campistas do Tricolor tem sido o calendário, conforme comentou na última entrevista coletiva, após o revés diante do Mengão. Embora julgue como normal a queda de desempenho, o comandante vem sendo criticado pela torcida por não alterar muito seu esquema tático, o que também pode explicar a piora da equipe, já que os adversários teriam captado como joga o Bahia. Em sua defesa, o técnico afirma que esse mesmo meio já colocou o clube em uma boa colocação na Série A.“O Jean talvez pela minutagem, fisicamente cai um pouco. É natural oscilação. é um jogador bastante importante, tem maior força física do meio. […] Dentro das alternativas que temos, tentamos fazer o melhor para a equipe. Claro que um jogo ou outro o jogador pode jogar abaixo, natural, e o torcedor cobra, vaia, enfim. […] Esse sistema de jogo também fez muitos pontos no Campeonato Brasileiro e nos deu uma sétima posição”, explicou o treinador.Outros númerosCaio Alexandre e Jean Lucas têm o mesmo número de partidas disputadas na atual edição do Brasileiro (28). Enquanto Jean acerta em média 19.2 passes no terço final do campo (aproveitamento de 83%), o ex-Fortaleza acerta 33 (87%), de acordo com o site de esttatísticas Sofascore.No que se refere a grandes chances criadas por jogo, segundo o site, Caio Alexandre geraria só uma, enquanto Jean Lucas produziria quatro.
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