Justiça aceita denúncia do MP e torna empresário bolsonarista réu por racismo contra Taís Araújo

Justiça aceita denúncia MP torna empresário bolsonarista réu racismo contra Taís Araújo
Taís Bianca Gama de Araújo Ramos

Rogério Gentile, em seu blog

A Justiça paulista aceitou denúncia feita pelo Ministério Público contra o empresário Celso Henrique de Oliveira Yamashita, acusado de cometer crime de racismo em manifestação feita sobre a atriz Taís Araújo.

O empresário agora passa a ser réu no processo.

Segundo a denúncia, em abril de 2022, após a divulgação de um vídeo no qual a atriz criticava o então presidente Jair Bolsonaro, Yamashita escreveu em uma rede social:

“É uma infeliz. Maldita Princesa Isabel.”

Queixa foi feita por morador de condomínio do réu

O comentário foi feito em um grupo de Whatsapp de um condomínio de casas em São José do Rio Preto, no interior paulista. Indignado com a manifestação, um morador enviou uma queixa ao Ministério Público, que requisitou a realização de uma investigação policial.

Na denúncia feita à Justiça, a promotora Vanessa Santa Terra disse que o empresário fez uma clara reprovação à Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil, “dando a entender que, “se a lei não tivesse sido aprovada, a pessoa negra, escravizada por mais de 350 anos no Brasil, não poderia emitir sua opinião”.

A defesa do empresário disse, durante o inquérito policial, que a frase foi uma “brincadeira”.

“Celso Yamashita, dotado de bom humor, ainda que sarcástico, escreveu uma frase totalmente inocente, sem maldade”, disse à polícia o advogado Mamede Neto.

“Nosso mundo está ficando muito chato, onde se ofende um Presidente da República e as autoridades nada fazem a respeito, mas uma simples brincadeira em um grupo de whatsapp, sem direcionamento algum, é passivel de processo por racismo”, afirmou.

“Desocupado”

O advogado disse no inquérito que o morador que fez a reclamação ao Ministério Público é “alguém desocupado”.

“No nosso ordenamento social, nas nossas convivências, chamamos o tempo todo nossos amigos de negão, magrelo, branquelo, turco, cabeludo, orelhudo sem que, com isso, cometamos atos de injúria, bullying ou racismo”, declarou o advogado, ressaltado que o seu cliente “já foi chamado de japonês e amarelo, sem ter se sentido ofendido”.

Ao pedir o arquivamento do inquérito, advogado disse ainda que o empresário se colocava à disposição para fazer um desagravo ou retratação no grupo de whatsapp.

No início de julho, a juíza Maria Letícia Buassi determinou a citação do réu, que terá um prazo para apresentar a defesa formal antes do julgamento.

Se condenado, estará sujeito a uma pena de um a três anos de reclusão e ao pagamento de uma multa.

 

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